Uma bateria média de carro elétrico contém cerca de 36 quilos de níquel, e agora, ante o conflito entre Rússia e Ucrânia, os fabricantes de automóveis e outras empresas que utilizam níquel, assim como outras matérias-primas para baterias, como lítio ou cobalto, começaram a procurar maneiras de se proteger dos atuais e futuros aumentos de preços. O preço do níquel, que variava entre 10 mil e 15 mil dólares a tonelada, chegou a bater em 100 mil dólares por tonelada no dia 8 de março, levando a Bolsa de Metais de Londres a congelar as negociações.
Reagindo a esta crise, a Volkswagen, por exemplo, começou a explorar a compra de níquel diretamente de mineradoras, disse Markus Duesmann, CEO da divisão Audi da montadora, em entrevista na quinta-feira (17) ao jornal The New York Times. "As matérias-primas serão um problema nos próximos anos", disse ele.
A perspectiva de tensões geopolíticas duradouras tende a acelerar as ações dos EUA e Europa de desenvolver suprimentos domésticos de commodities que geralmente vêm da Rússia. Existem depósitos de níquel, por exemplo, no Canadá, na Groenlândia e até em Minnesota, na região norte dos EUA. "Níquel, cobalto, platina, paládio e cobre...Já percebemos que precisamos desses metais para a transição verde, para mitigar as mudanças climáticas", disse Bo Stensgaard, CEO da Bluejay Mining, que está trabalhando na extração de níquel em um local no oeste da Groenlândia, num empreendimento com a KoBold Metals, cujos patrocinadores incluem Jeff Bezos e Bill Gates.
Brasil
Mas mesmo ante esta e outras dificuldades para ampliar as vendas de carros elétricos no Brasil, o grupo Stellantis (fusão da Fiat Chrysler e do grupo francês PSA, dono das marcas Peugeot e Citroën), espera que até 2030 pelo menos um quinto de suas vendas na América do Sul e no Brasil seja de veículos elétricos e híbridos. A empresa quer ampliar a nacionalização de componentes e tecnologias de eletrificação em parceria com seus fornecedores, de maneira a facilitar a produção doméstica e baratear seus produtos.
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