Metrô de Quito está pronto para funcionar, mas não tem quem o conduza

Primeira linha custou mais de 2 bilhões de dólares e continua sem data de inauguração após oito anos. Um dos problemas é a relação com os pequenos operadores de ônibus

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Fonte: El País/Mobilize Brasil  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 14 de março de 2022

Trens no pátio de manobras do bairro Quitumbe

Trens no pátio de manobras do bairro Quitumbe

créditos: Epmmq


Em dezembro de 2019, dois jornalistas do Mobilize Brasil visitaram a cidade de Quito, capital do Equador, e puderam conhecer alguns detalhes da construção do metrô da cidade, que naquele momento estava "98% pronto", segundo informações da Empresa Pública Metropolitana Metro de Quito. 

 

Em 2020, a gestão do metrô abriu uma licitação para escolher a operadora, e que atraiu empresas de todo o mundo, inclusive duas empresas brasileiras, a Companhia do Metropolitano de Sao Paulo e a CCR Metrô Bahia. Agora, com as obras, trilhos, instalações de energia e de controle "99,32% prontos", o sistema de transportes ainda não tem quem o faça operar.

 

Matéria recente do jornal espanhol El País revela que, depois de oito anos, o transporte subterrâneo ainda não tem data de início. Ninguém conseguiu fazer com que a maior obra da cidade, que custou 2 bilhões de dólares (11 bilhões de reais) e que seria referência de transporte sustentável e eficiente, funcionasse. Os 16 trens do Metrô de Quito estão nas garagens, esperando que a prefeitura da capital decida qual é o modelo de operação. A opção passou de uma gestão municipal direta a uma aliança com um parceiro estrangeiro, público ou privado. 

 

“O difícil não é colocá-lo em operação; o problema é político”, diagnostica o ex-gerente da empresa, Édison Yánez. Se a autoridade municipal revisar e aceitar os estudos elaborados, está certo de que o Metrô pode começar a funcionar em 2022. Mas essa opção, critica Yánez, tem um custo político porque o metrô concorre com o transporte de ônibus, que sempre foi medido em votos. “É preciso mudar essa guerra pelo centavo dos motoristas, que são donos de cada veículo, por um modelo de serviço gerido pela cidade”, afirma, porque se o metrô não se integrar com as rotas de ônibus, não terá demanda suficiente de passageiros.


Trens produzidos pela espanhola CAF já foram testados ao longo dos 22,6 km de linhas Foto: Epmmq



Em obras desde 2016
A primeira linha do metrô quitenho está sendo construída desde 2016 pelo consórcio Acciona e liga o bairro El Labrador (norte) e o terminal rodoviário Quitumbe (sul), passando pela área central da capital equatoriana, em 15 estações distribuidas por 22,6 km. Os trens foram produzidos pela espanhola CAF e têm capacidade para transportar diariamente 400 mil passageiros.


Quito ocupa um vale com 44 km de extensão e seu desenho urbano pode ser comparado ao formato da letra "Y". com dois braços ao sul, um deles o da região de Quitumbe. A cidade tem uma população aproximada de 2,5 milhões de habitantes. A construção do metrô foi iniciada em 2016, com previsão de circulação em março de 2020.

 

Quer saber mais? Acesse a matéria completa do El País


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