O Projeto Bike sem Barreiras, idealizado pela Uninassau (Centro Universitário Maurício de Nassau), com apoio das prefeituras municipais, foi lançado primeiramente no Recife, no final de 2016. Dois anos depois estendeu-se a Salvador, em seguida João Pessoa, Natal e, em agosto do ano passado, chegou a Fortaleza.
Lançamento do projeto no Recife há cinco anos. Foto: Uninassau/ Reprodução
O objetivo do projeto é permitir que pessoas com algum tipo de deficiência física, mental ou múltipla, ou pessoas de mobilidade reduzida que já não conseguem pedalar, possam vivenciar essa experiência ciclística e sentir o prazer da atividade.
São utilizados três tipos de bicicletas adaptadas: HandBike, Bike Dupla e The Duet, esta última a mais especial de todas, uma bicicleta que carrega uma pessoa tetraplégica, ou deficiência múltipla, com até 120 kg.
Em Fortaleza, o projeto está em fase experimental e acontece duas vezes por mês. No último sábado (5), as bicicletas estiveram disponíveis ao público, gratuitamente, durante toda a manhã, das 8h às 12h, na Praia de Iracema, ao lado do Centro Cultural Belchior. A próxima data será no dia 19 de março.
Bicicletas adaptadas
“Meu pai adora bicicleta, e foi uma das últimas atividades físicas que ele deixou de fazer”, contou à reportagem do jornal O Povo o militar do exército Francisco Abreu, que passou pelo local para receber informações, com o intuito de, no próximo evento, levar seu pai, de 73 anos, que usa cadeira de rodas e tem dificuldade para se locomover.
Para o pai de Francisco, a orientação foi utilizar a bicicleta The Duet, traduzida para o português como “o dueto”. O coordenador do curso de fisioterapia da faculdade Uninassau, Leonardo Freire Vasconcelos, explicou que a pessoa com mobilidade reduzida vai em uma cadeira montada na frente da bicicleta e um dos alunos do curso, treinados para o atendimento, vai pedalar e guiar o modal atrás.
Outro modelo disponível permite que a própria pessoa com deficiência pedale, mas em vez de usar os pés, ela poderá usar as mãos para mover a bike. A handbike, segundo Leonardo, pode ser utilizada por pessoas que tenham um pouco mais de força nos braços, já que é mais pesada. O equipamento tem três rodas, uma cadeira e um guidão que pode ser girado para impulsionar a bicicleta, em vez de ter pedais.
Já a bicicleta dupla pode ser usada por quem tem algum tipo de deficiência visual. “Uma pessoa vai na frente, pedalando e guiando, e a pessoa com deficiência vai atrás, pedalando junto e seguindo com o guidão”, explica Leonardo. Apesar de o guidão de trás ser fixo, quem senta no banco traseiro ainda pode ter a sensação de pedalar e ajudar na guia da bicicleta.
Bike sem Barreiras em Salvador, em 2018. Foto: Uninassau/Reprodução
Fortaleza
Na capital cearense, o projeto Bike Sem Barreiras é realizado pela Uninassau em parceria com a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), e faz parte do projeto-piloto Rota Acessível, idealizado pela Coordenadoria Especial da Pessoa com Deficiência (Copedef) e vinculado à Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social de Fortaleza (SDHDS).
“O intuito é fazer todo fim de semana”, diz Leonardo. O projeto ainda está em fase experimental, sendo feito desde agosto de 2021. No dia 19 de março as bikes estarão disponíveis novamente no mesmo local. Para participar, basta levar um documento original com foto.
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