Estudo indica "baixo risco" de Covid no metrô de Londres

Modelo computacional mostra segurança maior com baixa lotação, máscaras, distanciamento e controles nos acessos. Confirma práticas já adotadas...

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Fonte: Metrô Report International  |  Autor: Metrô Report International  |  Postado em: 09 de fevereiro de 2022

Metrô londrino: seguro com máscaras e distanciamen

Metrô londrino: seguro com máscaras e maior distanciamento

créditos: Getty Images/The Independent


“Medir a transmissão em sistemas de transporte público é um grande desafio”. A declaração foi feita ontem (8) pelo professor-doutor Martin Lopez-Garcia, modelador matemático da Universidade de Leeds, Inglaterra, no lançamento de um relatório produzido por um grupo de pesquisadores  sobre estratégias que reduzam a os riscos de transmissão do vírus em trens, ônibus e bondes.


O trabalho, desenvolvido numa parceria entre as universidades de Leeds e Manchester e pelo Defense Science & Technology Laboratory, baseou-se em modelos matemáticos, tomando como referência o metrô de Londres, e concluiu que os passageiros do metrô correm um baixo risco de serem expostos ao coronavírus.


A modelagem computacional foi desenvolvida como parte da pesquisa "Track", financiada pelo Departamento de Transportes do governo britânico. O projeto, que também investiga os riscos de contaminação em bondes e ônibus,  tem um custo de 1,7 milhão de libras esterlinas, cerca de 12,4 milhões de reais.


A modelagem computacional "Transmission of Virus in Carriages"  foi desenvolvida para determinar o risco de exposição ao vírus em três condições: a curta distância, cerca de 2 metros de uma pessoa infectada; a média distância, por inalação de aerossol; e toque em superfícies contaminadas (fomite). As simulações foram baseadas em parâmetros típicos do metrô de Londres, considerando dias da semana no ano de 2015, antes, portanto, da pandemia. Uma baixa exposição foi encontrada na maioria dos cenários, com os maiores riscos provenientes de inalação de aerossol e gotículas diretas nas proximidades de uma pessoa infectada.

 

O estudo também simulou os efeitos de algumas medidas preventivas:

1. Altas taxas de troca de ar nos trens do metrô, combinadas com tempos de viagem curtos e uso de máscaras, reduzem a probabilidade de exposição aérea;

2. A prevalência da infecção entre os passageiros tem o maior impacto na exposição total, e as estratégias para evitar viagens de passageiros infectados provavelmente terão um impacto significativo no risco;

3. Estratégias para facilitar a baixa densidade de passageiros, com carros mais vazios, podem ter um impacto significativo, particularmente quando a prevalência da doença na comunidade é alta;

4. Altos níveis de uso de máscaras têm um impacto perceptível;

5. Estratégias para facilitar a higiene das mãos dos passageiros logo após tocar em superfícies de alto toque (como a oferta de álcool em gel) são a abordagem mais eficaz para diminuir a exposição a superfícies contaminadas.


A pesquisadora líder do estudo, Cath Noakes, da Universidade de Leeds, disse que “em viagens curtas e não superlotadas, e quando o vagão é bem ventilado, os riscos provavelmente serão bastante baixos”. Usar uma cobertura de rosto pode reduzir significativamente o risco de propagação do vírus, principalmente porque pode ser mais difícil se distanciar socialmente em um vagão de metrô em determinados momentos do dia. Soa óbvio, mas confirma as práticas que têm sido recomendadas também aqui no Brasil.


Cuidados em São Paulo
Na quinta-feira (10) recebemos resposta da Secretaria dos Transportes Metropolitanos de São Paulo (STM) sobre possíveis pesquisas de riscos nos trens e ônibus que operam no estado. Na nota, a STM ressaltou as medidas que têm sido adotadas para reduzir os riscos de contaminação pela Covid 19:


"Desde o início da pandemia, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) realiza uma das maiores operações do mundo de limpeza interna nos trens e tem dialogado diariamente com sistemas de metrô em todas as partes do mundo para implementar medidas de combate ao Coronavírus.


A STM e as empresas ligadas a ela (EMTU, CPTM e Metrô) vêm buscando soluções para uma higienização rápida e eficaz de trens, ônibus, estações e terminais. Nos últimos anos testou e colocou em funcionamento soluções inovadoras visando a segurança de seus colaboradores e dos passageiros.


Intensificou as medidas de higienização dos veículos e estações, com ampliação da frequência de limpeza de assentos, pisos, corrimãos, maçanetas, etc. com álcool 70% ou solução de água sanitária, além de outras medidas listadas a seguir. Também foi criado um comitê específico para intensificação do monitoramento e fiscalização da higienização dos banheiros das estações e dos terminais, assim como a reposição de itens como sabonete, papel higiênico e papel toalha.


Campanhas educativas - Em parceria com o Governo do Estado, a STM intensificou as estratégias de informação aos passageiros com materiais informativos sobre as medidas de prevenção e controle do novo coronavírus. Além disso, a STM foi pioneira na exigência do uso de máscaras no transporte coletivo, além de indicar outras recomendações das autoridades de saúde, além de ter distribuído mais de 3 milhões de máscaras em parceria com a iniciativa privada."


*Tradução e adaptação: Marcos de Sousa/Mobilize Brasil
**Atualização em 10/2/2022)


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