A Tesla terá de fazer um recall de 53.822 veículos nos EUA para desativar uma atualização que permite que os carros não parem completamente antes de atravessar os cruzamentos.
A exigência do recall é da agência americana de segurança no tráfego (a NHTSA), que entende que o dispositivo põe em risco os pedestres e viola leis estaduais de trânsito do país.
O recurso, chamado FSD Beta, permite que os veículos passem por um semáforo sem antes parar. A funcionalidade 'rolling stop' foi incluída em outubro em alguns modelos de veículos da montadora*.
A Tesla se justifica, dizendo que o recurso só é ativado se o carro estiver em uma velocidade abaixo de 9 km por hora e nenhum outro veículo, pedestre ou ciclista, for detectado perto do cruzamento.
Mesmo assim a empresa aceitou a exigência de recall da NHTSA, embora acrescentando que não recebeu reclamações nem notificação de acidentes relacionados ao recurso.
Recall
Não é a primeira vez: no final de dezembro do ano passado, a empresa de Elon Musk já tinha anunciado um recall de quase 500 mil carros para resolver questões de segurança.
A montadora já é investigada pela mesma agência por causa do seu sistema Autopilot, que dirige, acelera e freia um carro sozinho. Segundo autoridades americanas, são pelo menos 12 mortes no trânsito desde 2016 em carros Tesla que operavam nesse modo.
Diferentemente de outras marcas, a empresa de Elon Musk não tem um mecanismo eficaz para proibir que os motoristas tirem as mãos do volante por muito tempo.
Ações em queda
A Tesla divulgou na semana passada seus resultados referentes a 2021, quando a montadora entregou 936 mil veículos, um recorde. Apesar da receita superar as expectativas do mercado, as suas ações despencaram 11% no dia seguinte com o alerta para a falta de insumos.
*Os veículos são: Model S e Model X 2016-22, Model 3 2017-22 e Model Y 2020-2022
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