Bicicletas: vendas continuam aquecidas no Brasil

Pesquisa da Aliança Bike revela que, mesmo com recuo (2%) nas vendas em 2021 em relação a 2020, mercado de bicicletas mantém patamar superior ao período pré-pandemia

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Fonte: Aliança Bike (ass. imprensa)  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 02 de fevereiro de 2022

Centenas de lojistas ouvidos têm boa expectativa p

Centenas de lojistas ouvidos têm boa expectativa para 2022

créditos: Aliança Bike/ Reprodução

O mercado brasileiro de bicicletas segue em alta, revela um levantamento realizado pela Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas) com centenas de lojistas de todo o país. 

 

De acordo com os dados, as vendas de bicicletas recuaram 2% em 2021 em relação ao ano anterior. Mas, levando-se em conta que bateram recordes em 2020 no território nacional – com crescimento de 50% em comparação com 2019 –, a conclusão da entidade é que o momento continua positivo para a bicicleta.

 

Segundo essa análise, se forem considerados os dados consolidados do último biênio, as vendas estão em um patamar superior ao período pré-pandemia (veja abaixo a estimativa de vendas).

 

Oscilações de mercado

De acordo com o levantamento da associação, em 2021 o mercado de bicicletas viveu momentos distintos. No primeiro semestre os números foram positivos, com crescimento de 34% em relação a 2020 e a franca recuperação das importações dos componentes; já no segundo semestre, a retração foi de 36% nas vendas de bicicletas em comparação com o ano anterior. 

 

A partir da pesquisa realizada com centenas de lojistas foi possível constatar também que a retração do segundo semestre se deve especialmente a uma queda na procura por bicicletas novas – especialmente entre as chamadas bicicletas de entrada, com valores entre R$ 800 e R$ 2 mil. Como comparação, foram justamente estas as bicicletas mais comercializadas durante 2020 e que elevaram os índices de vendas a patamares recordes no país. 

 

Estimativa de vendas no comércio varejista de bicicletas, por ano*

2018: 4 milhões de unidades

2019: 4 milhões de unidades

2020: 6 milhões de unidades

2021: 5,8 milhões de unidades 

*Baseado no monitoramento da Aliança Bike com lojistas e nos dados de produção, montagem e importação de bicicletas e componentes. A estimativa contempla bicicletas novas e usadas.

 

Mercado em 2020 e 2021

Como explica o vice-presidente da Aliança Bike, André Ribeiro, o mercado de bicicletas vivia um momento diferente nos dois últimos anos. Especialmente nos primeiros meses de pandemia, lojas e montadoras precisaram lidar com a falta de componentes e insumos para a linha de montagem das bicicletas.

 

Esta escassez, segundo ele, foi causada especialmente pelo boom de vendas mundial, quando as principais fabricantes em nível global não conseguiram atender à crescente demanda. 

 

Desta maneira, em 2020, principalmente, as lojas venderam bikes que já estavam no estoque, além de comercializarem mais bicicletas usadas. Ou seja: houve uma queda na produção e importação de modelos, mas ainda assim ocasionou o pico de vendas. 

 

A queda registrada no segundo semestre do ano passado pode estar associada também a uma maior flexibilização da quarentena e das regras de circulação – com a abertura de comércios e espaços de lazer que ocorreram a partir de junho de 2021.

 

De acordo com o monitoramento da Aliança Bike, os estoques nas lojas para bicicletas já estão praticamente normalizados. Contudo, ainda há deficiência na oferta de componentes para o mercado especializado, especialmente de sistemas de transmissão e suspensões. 

 

O que esperar de 2022 

Segundo lojistas que participaram do levantamento, a expectativa para o ano de 2022 é positiva, de manutenção do patamar de vendas de bicicletas de 2021. Os profissionais ouvidos, porém, lembram que o otimismo se deve a outro fator: o crescimento considerável pelo serviço de mecânica e revisão de bicicletas, além da compra de acessórios e vestuário. 

 

Isso se dá em decorrência do aumento da base de novos ciclistas que ocorreu desde o início da pandemia, acarretando em uma demanda maior por serviços, principalmente.

 

Em 2021, a Pesquisa Anual de Comércio Varejista de Bicicletas, realizada pela Aliança Bike com o apoio do Itaú, apontou que os serviços mecânicos aumentaram em 30% em relação a 2020 e já representam mais de 27% do faturamento de uma loja de bicicletas.

 

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