Consórcio assume linhas de trens urbanos em SP

Linhas 8 e 9 da CPTM passam a ser operadas pela Via Mobilidade, do grupo CCR, que agora controla uma fatia importante do transporte urbano sobre trilhos no Brasil

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Fonte: Mobilize Brasil/Via Mobilidade  |  Autor: Marcos de Sousa/Mobilize Brasil  |  Postado em: 26 de janeiro de 2022

Trem da Linha 9, ao longo do rio Pinheiros, em São

Trem da Linha 9, ao longo do rio Pinheiros, em São Paulo

créditos: Rovena Rosa/Agência Brasil


A partir desta quinta-feira, 27 de janeiro, o Consórcio Via Mobilidade passa a operar as linhas linhas 8 Diamante e 9 Esmeralda dos trens urbanos que operam na Região Metropolitana de São Paulo. O consórcio - formado pelos grupos CCR  e Ruas Invest Participações -  foi o vencedor do leilão de concessão, realizado pelo governo paulista em abril de 2021 com a oferta de 980 milhões de reais.


Segundo nota divulgada pelo consórcio, durante os 30 anos previstos para a concessão, as linhas 8 e 9 receberão investimentos previstos em contrato de 3,8 bilhões de reais para reformas em 36 estações, de forma a ampliar a acessibilidade de passageiros ao sistema e atender pessoas com deficiências. Ainda conforme o texto, também estão previstas obras para a construção de uma nova estação (Ambuitá, na Linha 8), a implantação de um novo Centro de Controle Operacional (CCO), além de reformas no Pátio Presidente Altino.


A concessão também inclui a compra de 36 novos trens, veículos auxiliares e equipamentos de manutenção; o aprimoramento da infraestrutura de circulação dos trens e a eliminação de passagens em nível, locais onde a população atravessa os trilhos. A concessionária informa que já assinou o contrato de aquisição dos trens, que serão fabricados pela Alstom. Cada uma das novas composições terá capacidade para transportar 2.600 passageiros, o que permitirá o transporte diário de mais de 1 milhão de pessoas nas duas linhas concedidas, conforme o contrato de concessão.

 

Trens urbanos 
A Linha 8 Diamante conta hoje com 22 estações ao longo de 41,6 km, entre a estação Júlio Prestes, no Centro de São Paulo, e Amador Bueno, no município de Itapevi, no extremo oeste da RMSP. A linha 9-Esmeralda liga os bairros da zona sul de São Paulo ao município de Osasco, passando por áreas residenciais, industriais, centros corporativos, além do campus da USP e o Ceagesp, sempre ao longo do rio Pinheiros. Com a prometida extensão entre Grajaú e Varginha,na zona sul, a Linha 9 passará a ter 37 km de extensão e 21 estações.

 

Trem de subúrbio da Sorocabana, nos anos 1960: modelo TUE Toshiba Foto: Acervo Fabio Etchao



A passagem das duas linhas até agora operadas pela CPTM é apontada como o primeiro passo para a anunciada privatização da companhia. As linhas 8 e 9 nasceram a partir de ramais da antiga Estrada de Ferro Sorocabana que em 1971 passaram a ser operados pela estatal Fepasa. Essa empresa realizou uma primeira etapa de modernização dos trens, estações e sistema de trilhos, comparáveis às do metrô paulistano da época, até sua transferência para a Companhia Paulista de Trens Urbano (CPTM), em 1992.


Nestas três décadas a empresa estadual realizou uma série de aperfeiçoamentos no sistema de trens urbanos da RMSP, incluindo a substituição das composições, novas estações e a criação da linha até o Aeroporto de Cumbica. Mesmo assim o sistema ainda sofre com paralisações frequentes por furto de cabos, superlotação nos horários de pico e a falta de acessibilidade nas estações, algumas delas herdadas das antigas ferrovias construídas no início do século 20. Agora as duas linhas voltam a ser operadas pelo setor privado. Em São Paulo o grupo CCR já tem as concessões da Linha 4 - Amarela e das linhas 5 e 17. A empresa tem ainda operações na Bahia, com o Metrô de Salvador, e no Rio de Janeiro, com o VLT Carioca, além da CCR Barcas, que opera a rede de transporte aquaviário na Baía da Guanabara.

 

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