Maior polo do comércio de roupas do Brassil, o bairro do Brás, na região central de São Paulo, finalmente ganha um projeto de requalificação que pode atender melhor à multidão de frequentadores que diariamente circula a pé por apertadas calçadas, desviando de carros e bancas de camelôs.
A Federação dos Varejistas e Atacadistas do Brás (Fevabrás) comunicou que o tradicional bairro ganhará este ano um calçadão na rua Tiers, que irá estender-se por cinco quarteirões, entre as ruas João Teodoro e Conselheiro Dantas. O projeto Boulevard Tiers é assinado pelo arquiteto Jayme Lago Mestieri.
A obra custará cerca de R$ 15 milhões e será financiada pelos lojistas filiados ao Fevabrás, que representa 20 associações do Brás e região, com cerca de 10 mil filiados.
Com previsão de início de obras em abril e término até o Natal deste ano, o calçadão será exclusivo para pedestres, com paisagismo e cobertura para proteger as pessoas do sol e da chuva.
"É um projeto de requalificação para o bairro, que proporcionará mais conforto e segurança ao comércio e aos clientes", ressalta o presidente da Fevabrás, Gustavo Dedivitis.
Como deverá ficar o calçadão da rua Tiers. Imagem: Jayme Lago Mestieri Arquitetura
Projeto
A Prefeitura de São Paulo assinou em agosto de 2021 um termo de cooperação com a Fevabrás para a realização da obra. A definição acerca da ocupação do espaço público será de responsabilidade total da autoridade municipal. "É uma iniciativa importante dos comerciantes de ajuda à cidade", disse, na ocasião, o prefeito Ricardo Nunes.
A Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) coordenou o projeto e fez análise do impacto urbanístico da obra. Com a assinatura do termo, a Subprefeitura da Mooca é a responsável pelo acompanhamento da construção.
Rua Maria Marcolina, no coração do Brás: pedestres e carros em disputa pelo espaço. Foto: Reprodução
Comércio popular
O bairro do Brás foi ocupado inicialmente por imigrantes italianos, em fins do século 19. Mais tarde chegaram os migrantes nordestinos, que então se estabeleceram na região. O comércio popular toma as ruas do bairro que hoje conta com shoppings de atacado e estrutura de hotéis para atender lojistas de todo o Brasil.
Nos meses normais, o número de pessoas que frequentam diariamente o bairro é de 400 mil, chegando a 800 mil na época do fim de ano, segundo dados da Fevabrás.
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