O mercado de carros elétricos, híbridos plug-in e híbridos cresceu 77% em relação a 2020, somando 34.990 unidades, segundo informações da Associação Brasileira do Veículo Elétrico reportadas pelo jornal O Globo. No ano, a venda de veículos elétricos puros mais que triplicou, segundo dados da Anfavea reportados pelo boletim Poder 360, foram 2.860 contra 801 no ano passado.
Apesar do crescimento significativo, a participação dos carros exclusivamente elétricos sobre o total de veículos leves vendidos em 2021 foi de somente 0,14%. Se incluídos os modelos híbridos, esta sobe para 1,8%. E na lista dos dez modelos mais vendidos há vários de luxo ou de nicho, pela ordem: Nissan Leaf Tekna, Porsche Taycan, Volvo XC40 Recharge, Mini Cooper Electric, Audi e-Tron, BMW i3, Fiat 500e Icon, Chevrolet Bolt, BYD ET3 e Renault Kangoo.
Baterias em alta
Após uma década de declínio acentuado, o preço das baterias empregadas pelos veículos elétricos e híbridos deve aumentar em 2022. O suprimento de lítio e de outras matérias-primas simplesmente não consegue acompanhar a demanda que tem subido como foguete. Os preços do carbonato de lítio, por exemplo, terminaram 2021 em níveis recordes: na China, maior país produtor de baterias, passou dos US$ 43 mil por tonelada, mais de cinco vezes maior do que em janeiro de 2021, como informou o Financial Times. O jornal financeiro inglês informa que o preço de outros minérios usados nas baterias também subiu fortemente: o cobalto dobrou no ano, alcançando mais de US$ 77 mil por tonelada, enquanto o níquel saltou 15%, ultrapassando os US$ 20 mil por tonelada.
Além de elevar seus preços, a corrida pelo lítio tem gerado causa temores socioambientais e protestos de agricultores na Argentina e na Bolívia. Um relatório publicado em 2021 pela BePe (Bienaventuradores de Pobres) expressa forte preocupação com o uso e a contaminação das águas pela mineração de lítio, conforme relata o site Climate Change News. "Diante das inúmeras incertezas sobre os prejuízos ambientais e possíveis danos ao ecossistema, a atividade deve ser interrompida até que estudos estejam disponíveis para determinar de forma confiável a magnitude do dano", declarou o relatório, observando que "vizinhos denunciam que o legítimo direito à consulta pública não foi respeitado".
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