A Uber anunciou nesta quinta-feira (6) que após 7 de março não vai mais entregar refeições de restaurantes pelo Uber Eats no Brasil. Pedidos de itens de lojas de conveniência e mercados ainda poderão ser feitos. "Nosso principal objetivo daqui para frente será oferecer acesso à maior e melhor seleção de supermercados, lojas especializadas, pet shops, floriculturas, lojas de bebidas e outros artigos no aplicativo do Uber Eats", afirmou a empresa em nota.
O anúncio ocorreu um dia depois do presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionar projeto de lei que obriga empresas de aplicativos a contratar para seus entregadores seguro para acidentes durante o período de trabalho. A empresa não mencionou a sanção do projeto no comunicado sobre a decisão de fechar o serviço de entrega de restaurantes.
O Uber Eats chegou ao Brasil em dezembro de 2016, pouco depois de sua estreia nos EUA, no final de 2015. Ele não é o primeiro app de delivery a deixar o país. Em 2019, o Glovo encerrou suas atividades por aqui em razão da alta competitividade.
A decisão do Uber Eats de encerrar o delivery de restaurante acontece em meio a um cabo de guerra dos outros apps com o iFood. Desde 2020, Rappi, Uber Eats e 99Food têm se queixado do modelo de exclusividade que o líder do mercado tem com alguns restaurantes. No ano passado, o Cade impediu o iFood de firmar novos contratos dessa modalidade até que o caso tenha uma decisão final. O iFood afirma que suas políticas comerciais estão em estrita conformidade com a legislação concorrencial.

Gráfico mostra o desempenho dos apps de entregas de comida no Brasil
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