Um levantamento feito pela plataforma global Strava Metro aponta que, de sete capitais brasileiras pesquisadas, seis tiveram crescimento no número de deslocamentos feitos por bicicleta em 2021, quando comparado com 2019, ano anterior à pandemia de covid e às medidas de isolamento social.
As cidades avaliadas foram Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte, Florianópolis e, a única com queda nestes deslocamentos, São Paulo.
A ferramenta é usada por esportistas, mas, além de compartilhar atividades físicas, permite registrar deslocamentos a pé, andando ou correndo, e de bicicleta.
Com esse conjunto de dados, governos e empresas podem dispor de informações que contribuam para tornar as cidades melhor preparadas para incluir quem opta pela mobilidade ativa.
Mapa de calor (heatmap) com deslocamentos de bike em SP (alto) e RJ (embaixo). Imagem: Divulgação/ Strava
Mais bicicletas
A ferramenta Strava Metro - que há um ano se tornou gratuita - revelou, como foi dito, um crescimento significativo dos deslocamentos por bicicleta entre 2019 e 2021.
Nesse período, Curitiba foi a capital que apresentou o maior aumento de ciclistas na pandemia, com crescimento de 31%. Rio de Janeiro (+25%), Porto Alegre (+24%), Brasília (+21%), Belo Horizonte (+20%) e Florianópolis (+16%) também registraram crescimento nos deslocamentos em relação há dois anos. Já a maior cidade do país, São Paulo, teve uma diminuição de 10%.
Já na comparação apenas com o ano passado (2020), quando muitas cidades tiveram grandes restrições de movimentação de pessoas, o maior aumento nos deslocamentos de bike se deu em Porto Alegre, com crescimento de 56%, no cômputo das atividades realizadas entre janeiro e setembro. Rio de Janeiro (+44%) e Belo Horizonte (+42%) também se destacaram nesse período, e até São Paulo viu o número de bikes crescer, na ordem de 27%.
O Strava calcula que, somente com os deslocamentos de bicicleta contabilizados nas sete cidades avaliadas, os brasileiros estão salvando ou economizando cerca de 20% a mais de CO2 em relação a 2019 e cerca de 30% a mais do que no ano passado.
No Brasil, a primeira empresa que está utilizando os dados da plataforma para aprimorar as estruturas viárias para os ciclistas no Brasil é o grupo CCR. "O Strava Metro nos permitirá entender o fluxo e o caminho que os ciclistas percorrem atualmente, ao deixar as regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Jundiaí, principalmente no entorno das rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Castello Branco e Raposo Tavares. É um conjunto de dados único", elogia Fábio Russo, presidente da CCR Infra SP, empresa responsável pelas concessões das rodovias do estado de São Paulo.
Leia também:
Plano cicloviário de Curitiba é tema de audiência pública
Países europeus querem incluir a bicicleta na mobilidade pós-pandemia
Alemanha investe pesado na formação de especialistas em ciclismo
França quer incentivar troca de carro velho por bicicleta
Redução de impostos para bicicletas vira projeto de lei
Ciclistas de São Leopoldo (RS) pedem ampliação de áreas para bicicleta