Está aberta a temporada de aumentos no transporte público

Empresas pressionam e justificam a necessidade de reajustes em função dos aumentos de combustíveis e outros custos de operação. Governos sinalizam ajustes

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa/Mobilize Brasil  |  Postado em: 17 de novembro de 2021

Tarifas altas, desafio para 2022

Tarifas altas, desafio para 2022

créditos: Ass. Câmara Federal

 

Prefeituras e governos estaduais de todas as partes do Brasil já começam a colocar em prática ou sinalizar os aumentos de tarifas nos sistemas de ônibus, trens, metrôs e barcas do transporte público urbano para 2022.

 

Na Região Metropolitana de São Paulo, as cidades de Suzano e Poá já estão cobrando a nova tarifa de R$ 5 nos ônibus qeu circulam nos dois municípios. O valor anterior era de o mesmo da capital paulista (R$ 4,40). O aumento foi anunciado pelo Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) e entrou em vigor no último domingo (14). Segundo informações divulgadas pelo Condemat, o reajuste foi necessário para atender ao aumento dos preços do diesel e também à projeção de novas altas nos próximos meses. O Consórcio informou ainda que o aumento procura compensar a perda de 40% passageiros, a partir de 2020, em função da pandemia. Outras cidades da região também estão sofrendo pressões das empresas de transporte para a elevação das tarifas a valores que chegam a até R$ 9,00.

 

Em Mogi das Cruzes, maior cidade da região, as operadoras pedem o aumento da tarifa atual, de R$ 4,50 para mais de R$ 7,00, o que representaria um aumento de mais de 50%. Mas, ontem (16), a  prefeita em exercício, Priscila Yamagami, negou a possibilidade de qualquer reajuste neste ano. A prefeitura estuda uma reorganização das linhas de ônibus existentes no município para reduzir os custos de operação e permitir que os ônibus continuem circulando sem aumentos de grande impacto em 2022. 

 

De qualquer forma, o transporte entre a região de Mogi das Cruzes e São Paulo - atendido por trens da CPTM e ônibus da EMTU, duas empresas estaduais - deverá sofrer algum impacto, a julgar pelos planos anunciados pelo governador paulista, João Dória e pelo prefeito da capital, Ricardo Nunes. 

 

 Arte: Fernando Bertolo/Brasil de Fato

 

No início do mês, Dória explicou que o governo estuda um aumento nos trens, metrô e ônibus. E hoje (17), em entrevista à rádio CBN, Nunes disse que a prefeitura não tem mais recursos para manter os subsídios de R$ 3 bilhões por ano e a tarifa no valor de R$ 4,40, reconhecendo que o reajuste será aplicado em 2022. Desde 2019, quando ocorreu o último aumento, a inflação atingiu 11,72%, o que indicaria um aumento para algo próximo a R$ 5,00. Mas o prefeito lembrou que o combustível aumentou 65% somente em 2021, além dos aumentos de salários dos trabalhadores do transporte, o que sugere tarifas ainda mais altas.


Na semana passada, a  Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) divulgou uma nota informando que as cidades de todo o país poderão ter reajustes de 50% para suprir o auamento dos custos de operação dos ônibus. Ante esse desafio, cidades pequenas e médias, em várias regiões do Brasil, estão municipalizando os sistemas de transportes, reduzindo custos e adotando tarifas subsidiadas e até a gratuidade total no transporte urbano.

 

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