No final de 2017, a Autoridade Metropolitana de Barcelona (AMB), na Espanha, criou um mecanismo para estimular a retirada de circulação dos carros mais antigos - fabricados antes de 2000 - e potencialmente mais poluidores.
A ideia era simples: entregar seu carro velhinho e ganhar em troca um cartão para usar o transporte público gratuitamente durante três anos. Para isso, o candidato à gratuidade também deveria comprometer-se a não comprar outro carro. Dois anos mais tarde, no início de 2020, a AMB anunciava os resultados: 6.800 veículos poluidores haviam saído de circulação em troca do chamado cartão T-verda. A medida continua em vigor, agora apenas com um limite para a área de gratuidade.
Agora, com a retirada de circulação de grande parte dos carros sem a "etiqueta ambiental", a AMB está propondo restrições para os veículos que têm a "etiqueta amarela", em especial os veículos diesel padrões Euro 4 e Euro 5 (este último chegou ao Brasil a partir de 2012 e ainda é visto como novidade nas frotas de ônibus do país). A meta para a gradativa proibição aos veículos diesel em Barcelona está prevista no Plano Metropolitano de Mobilidade Urbana 2019-2024 e indicava o mês de janeiro de 2022 como data indicativa para o início das restrições. Uma decisão recente, porém, postergou a entrada da nova diretiva para julho de 2022.
A restrição afetará um em cada três veículos que hoje circulam pela região metropolitana de Barcelona. A intenção do governo é reproduzir os mecanismos de restrição que foram adotados para os veículos mais velhos, os sem rótulo. Quando foi anunciada a criação da zona de baixa emissão em 2017, eles eram 20% da frota circulante e hoje não chegam a 3%, conforme dados da AMB divulgados pelo jornal La Vanguardia.
Cada cor uma área de restrição
A área metropolitana de Barcelona foi dividida em regiões maior ou menor restrição à circulação dos veículos, dependendo do ano de fabricação, do tipo de motor e do combustível. Lá os veículos são identificados com selos que indicam sua classe, desde os azuis, considerados os de emissão zero, até os amarelos, mais poluidores. Há também uma parte da frota sem selos de identificação, que sofrem as maiores restrições de circulação. E se um motorista transita em uma área não permitida para a sua categoria, é multado em valores que variam de 200 a 1.800 euros.
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