Cerca de mil pessoas, de bicicleta, a pé e de patinete, se manifestaram na noite desta terça-feira (19) em Lisboa em defesa da ciclovia da Almirante Reis, considerada uma obra que trouxe mais qualidade de vida àquela região da cidade. A ação terminou nos Paços do Concelho, em frente à Câmara Municipal.
A eliminação da ciclovia foi uma das medidas defendidas pelo recém-eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas. Em seus discurso de posse, o social-democrata acenou com propostas ambíguas aos motoristas e ciclistas: "Temos que tornar o estacionamento mais acessível. Temos que redesenhar a rede de ciclovias. Queremos aumentar a circulação em bicicletas, mas de uma forma que seja segura e equilibrada". Na área de mobilidade, Moedas também defendeu a gratuidade para o transporte público na capital portuguesa.
O ponto de partida da manifestação foi a Praça do Martim Moniz, onde, por volta das 18h, centenas de pessoas, de várias idades e acompanhadas de bicicletas e patinetes, se concentraram.
"Cortar emissões, não ciclovias, menos rodovia e mais ciclovia, ou, não ao trânsito e sim à ciclovia", foram algumas das palavras de ordem proferidas pelos manifestantes, durante o percurso.
Uma das participantes, a moradora da cidade Isabel Lopes, declarou à agência Lusa: “Esta ciclovia está espetacular, bem feita. (...) Lisboa está a perder qualidade de vida, com um tráfego intenso”, queixou-se.
Outra manifestante, Catarina Lopes, destacou a necessidade de “reivindicar uma cidade para as pessoas”, com uma “redistribuição igualitária das mobilidades”. E acrescentou: “Sempre vivi em Lisboa e o meu modo de transporte é a bicicleta. Esta ciclovia trouxe-me para o comércio desta zona. Está num eixo central que é utilizado por muita gente”, apontou.
Ao final, a multidão concentrada em frente à Câmara pediu ainda prioridade para a construção de mais ciclovias. “Esta questão entrou no debate político de forma inquinada [imprópria]. Aquilo que queremos é uma solução mais equilibrada e que seja possível toda a gente circular. O que nós estamos a pedir é um diálogo”, sublinhou Miguel Pinto, um dos organizadores do protesto.
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