O governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (4) que todas as bilheterias do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) serão fechadas até o final de 2021. A partir do próximo ano, os passageiros deverão comprar o bilhete apenas usando um aplicativo para celular ou nas máquinas de autoatendimento nas estações.
O objetivo da mudança, justifica o governo, é cortar despesas. Sem o funcionamento das bilheterias, a projeção divulgada é que será possível economizar R$ 100 milhões por ano. Quanto aos funcionários que hoje trabalham nas bilheterias, a secretaria de Transportes Metropolitanos diz que serão realocados em outras ocupações.
Por ora, o atendimento das bilheterias será mantido nos horários de pico (das 6h às 10h e das 16h às 20h), mas haverá redução do serviço já na próxima sexta (8) nas estações Belém, da linha 3- Vermelha do Metrô e Granja Julieta, da Linha 9-Esmeralda. E, na semana seguinte, a partir do dia 15, as bilheterias destas estações serão totalmente fechadas. O governo não comunicou ainda as datas de desativação das demais estações.
Sindicato protesta contra a medida
Ontem mesmo o Sindicato dos Metroviários de São Paulo soltou uma nota criticando o fechamento das bilheterias. No texto, os sindicalistas alertam para o prejuízo que a medida trará aos usuários do metro e da CPTM, e pedem mais transparência do governo estadual sobre a real economia resultante dessa decisão. Leia a nota:
"Nota de repúdio: Fechamento de bilheterias é prejudicial aos usuários do Metrô e da CPTM
Hoje (4/10) foi feito o anúncio de que todas as bilheterias do Metrô e da CPTM serão fechadas até o final do ano. O Sindicato é contra essa atitude, que vai prejudicar os usuários do transporte e provocar desemprego nas empresas terceirizadas que vendem os bilhetes. O Sindicato também entende que o governo do Estado de São Paulo deve ser transparente e divulgar os custos da contratação dessa empresa de QR Code, para que a sociedade saiba se há economia do dinheiro público ou não.
O Sindicato alerta que onde houve redução de atendimento de bilheteria, o passageiro já enfrenta dificuldades. Com a extinção, o problema será maior. A utilização do QR Code tornou-se um problema para os usuários e afetará também o pessoal da Estação e Segurança, já que os passageiros se reportarão a eles quando ocorrerem problemas na emissão do QR Code. Além disso, a prefeitura também criou problemas para a utilização do Bilhete Único. Com o fim das bilheterias, a situação vai ficar pior ainda.
O Sindicato denuncia que essa iniciativa vai beneficiar apenas a empresa que controla o QR Code, atrapalhando a vida dos usuários."
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