Sinistros com motos batem recorde no país, revela pesquisa

De janeiro a julho foram 71.344 casos graves com motos. Pandemia aumentou riscos, mostra estudo da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego lançado nesta sexta (17)

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Fonte: JC NE/ Metrópoles*  |  Autor: Mobilize Brasil (edição)  |  Postado em: 17 de setembro de 2021

Estudo aponta 71.344 casos graves com moto em 2021

Estudo aponta 71.344 casos graves com moto em 2021

créditos: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

Segunda maior causa de morte não natural no Brasil, de acordo com especialistas, os sinistros de trânsito preocupam cada vez mais os órgãos de saúde do país. E principalmente as internações no Sistema Único de Saúde (SUS) de motociclistas, que aumentaram significativamente a partir da pandemia de covid-19. 

 

É o que revela um estudo divulgado nesta sexta-feira (17) pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). Para a entidade, o número de internações de motociclistas pode ser considerado histórico. Veja uma comparação destes dados na tabela abaixo:

 

 Fonte: Abramet

 

Recorde 

Dados do Ministério da Saúde mostraram que, de março de 2020 a julho de 2021, foram 308 mil internações em todo o Brasil. Destes, 54%, ou, 167 mil vítimas eram motociclistas. O levantamento da Abramet mostrou ainda que, desse total, 85% eram homens e jovens, com idades entre 20 e 29 anos.

 

Somente no período de janeiro a julho de 2021, o número de internações de motociclistas bateu recorde histórico, alcançando 71.344 casos graves, que exigiram hospitalização. Os dados analisados pela Abramet também mostram um crescimento continuado das internações de motociclistas a partir de 2012. 

 

O custo para o Estado foi de quase R$ 108 milhões. Em todo o ano passado, o SUS teve gastos de cerca de R$ 171 milhões para tratar motociclistas traumatizados em sinistros de trânsito.

 

A região Sudeste foi a que registrou o maior contingente de motociclistas internados em decorrência de sinistros, com total de 29.218 pessoas – 19% mais que no mesmo período de 2020. Em segundo lugar está a região Nordeste, com 23.370 vítimas – 18% mais que o registrado no primeiro semestre de 2020. 

 

Grupo de risco

“É importante entender porque estão acontecendo tantos acidentes e o perfil de quem está morrendo, além de quais modais registram mais acidentes. Com isso, podemos agir e tomar medidas para tentar reverter o alto registro de internações e óbitos", disse o presidente da entidade, Antônio Meira Júnior, em entrevista coletiva. E completou: "Nós entendemos que, no trânsito, não existe acidente, já que podemos prevenir”. 

 

Segundo Meira Júnior, os motociclistas estão inseridos em um grupo mais exposto e vulnerável a sofrer lesões em ocorrências de trânsito. Ele entende que, com o avanço da vacinação em todo país, as pessoas passaram a circular mais nas ruas, o que trouxe maior probabilidade de ocorrências. Além disso, a grande quantidade de motos nas ruas reflete, segundo ele, a “uberização” dos serviços na pandemia.

 

Prevenção 

Para o presidente da Abramet, investir na segurança do trânsito é o que pode reduzir o número de acidentes nas vias e os custos com tratamentos em hospitais. “É muito mais barato investir na prevenção do que no pós-acidente. Por isso, é essencial o uso de equipamentos de segurança e, no caso das motos, o uso do capacete reduz o risco de morte. Observamos, onde há menos fiscalização, as pessoas pilotando e conduzindo outro passageiro sem usar capacete. É preciso investir em campanhas de conscientização permanentes, que são muito mais baratas”, reforçou.

 

Para dirigir em segurança e evitar sinistros nas ruas, os motociclistas devem prestar atenção ao entrar nos chamados “corredores” das vias, chama a atenção Meira Júnior.

 

Além do uso de equipamento de segurança, como capacete, é preciso também investir na revisão da moto (motor, pneus e freios) e ficar atento à sinalização, sobretudo a dos semáforos. Respeitar o pedestre e os outros veículos também ajuda a reduzir os números de acidentes, orienta a Abramet.

 

Para ler o estudo 'Atendimento de vítimas do trânsito no SUS durante a pandemia', elaborado pela Abramet, clique aqui. 


*Matéria do JC NE de autoria de Roberta Soares. E no portal Metrópoles, reportagem de Ivana Sant'Anna

 

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