O instituto Corrida Amiga está iniciando a 8° edição da campanha que procura identificar problemas que afetam o caminhar nas cidades brasileiras. A ideia é convidar a população a indicar os locais onde as calçadas precisem de intervenções das prefeituras para corrigir buracos e outras irregularidades que dificultem a passagem de pedestres, sejam eles crianças, idosos, pessoas com carrinhos ou cadeirantes. Neste ano, a Calçada Cilada vai centrar suas atenções aos arredores de instituições de educação, saúde e nos espaços de acesso ao transporte público coletivo.
Nas grandes metrópoles, cerca de 1/3 das saídas cotidianas são feitas a pé. E nas cidades menores, que são a maioria no país, a cifra é ainda maior e chega a 50%. Vale lembrar que caminhar é a forma mais simples de mobilidade, e também a que produz menos prejuízos ambientais, urbanos e sociais. E caminhar também faz bem à saúde, física e mental.
Apesar dessa prevalência do caminhar como forma de mobilidade, a maioria das cidades brasileiras prestam pouca atenção às calçadas, faixas e semáforos para pedestres. Tudo funciona como se fossem os automóveis que tivessem a prioridade, mas como todos sabem, a Política Nacional de Mobilidade Urbana estabelece que os municípios devem dar sua primeira atenção a quem caminha. Por isso o Mobilize já realizou já realizou duas grandes campanhas nacionais pela melhoria das calçadas e também tem apoiado a ação Calçada Cilada desde 2012. Nesta edição do Expresso Mobilize nós ouvimos a diretora do instituto Corrida Amiga, Silvia Stucchi, que explicou como participar da campanha, por meio do link do Corrida Amiga.
E também nesta semana está sendo lançada uma premiação para as cidades mais caminháveis do país. O Prêmio Cidades Caminháveis é uma iniciativa do movimento Sampapé, com apoio do ITDP e da organização internacional Walk 21. A inscrição ao Prêmio pode ser feita em um formulário on-line, no link que está aqui no pé desta página do Expresso Mobilize. O prazo para que as cidades se inscrevam é até 22 de julho e só valem os planos e projetos desenvolvidos depois de 2012.
Um bom exemplo de mudança pode ser visto no Centro de Apoio II, em Alphaville, no município de Santana de Parnaíba, no Estado de São Paulo. Antes as ruas eram ocupadas por carros, que ficavam estacionados durante todo o dia...E com o projeto elas foram renovadas e transformadas em espaços para pedestres, com praças, bancos e jardins. O arquiteto Rafael Tissi, diretor técnico desse centro de apoio explicou que inicialmente houve uma resistência dos comerciantes da área, que temiam perder clientes pela falta de locais de estacionamento. Mas, à medida em que as obras foram avançando e a qualidade dos novos espaços foi se revelando, a maioria compreendeu os benefícios que o projeto poderia trazer. Na prática, a mudança permitiu que os restaurantes, sorveterias e outros comércios pudessem atender a clientela ao ar livre, com menor risco de contágio pela pandemia de Covid 19.
Também nesta edição nós destacamos o lançamento do portal do Observatório de Mobilidade Urbana de Salvador, projeto organizado por pesquisadores e ativistas da capital baiana com o apoio do Ministério Público da Bahia. E para entender melhor o projeto, nós fomos ouvir Erica Telles, uma das coordenadoras do ObMob Salvador.
Ouça o Expresso Mobilize #47
E acesse os links:
Campanha Calçada Cilada
Um prêmio para as cidades mais caminháveis
Em Alphaville, ruas ganham espaços para pedestres
Observatório da Mobilidade de Salvador
"Floorscape#2": fotografe o espaço público sob os seus pés
Concurso Mobilize Brasil de Ilustrações