Um prêmio para as cidades mais caminháveis

Iniciativa da organização Sampapé! quer destacar as cidades brasileiras que priorizam os pedestres. Inscrições abertas até 22 de julho

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Fonte: Mobilize Brasil/Sampapé!  |  Autor: Marcos de Sousa/Mobilize Brasil  |  Postado em: 29 de junho de 2021

Av. Rio Branco, no Rio de Janeiro após obras de pe

Av. Rio Branco, no Rio, após obras de pedestrianização

créditos: Carla Neiva


O movimento Sampapé! acaba de lançar o Prêmio Cidade Caminhável, ação que pretende revelar quais são os municípios brasileiros que mais valorizam o pedestre em suas políticas urbanas. O prêmio pretende contemplar projetos de requalificação de área urbana com foco no caminhar, como a redistribuição viária para ampliar espaços a pedestres e cadeirantes; programas de abertura de ruas para pessoas; ou ações de urbanismo tático e participativo para a requalificação de ruas.


Para entender melhor a premiação, entrevistamos a urbanista Leticia Sabino, fundadora do Sampapé!, que mantém desde 2012 um blog no Mobilize Brasil.


 
                        Letícia Sabino, do Sampapé! Foto: arquivo pessoal

 

O que é uma cidade caminhável?
Cidade caminhável é aquela em que o ambiente convida as pessoas, de qualquer idade, de qualquer condição de mobilidade, condição social ou econômica, a estarem nas ruas, a fazer a maior parte dos seus deslocamentos a pé, acessando a maior parte dos seus direitos sem a necessidade de um transporte. É a forma mais democrática, mais interativa, saudável, de se vivenciar a cidade.

Então, é uma cidade segura, na qual as pessoas não sentem medo de estar na rua, que tem área suficiente para o caminhar, e que abarca diversos ritmos, que tem muita diversidade de convivências possíveis. Também é uma cidade extremamente tolerante e isso pode ser feito de diversas maneiras: reduzindo velocidades, ampliando as calçadas, ampliando as áreas verdes e a arborização nas ruas, melhorando o respeito dos motoristas em relação aos pedestres, de forma a criar um ambiente mais justo, mais compartilhado... 


Por que uma premiação para cidades caminháveis?
A ideia é reconhecer a atuação dos gestores, técnicos e técnicas na transformação das cidades, e mapear as iniciativas, inclusive para inspirar outras pessoas. Também buscamos valorizar muito esse tipo de ação e mostrar que muita coisa está sendo feita e muita coisa ainda pode ser feita para  melhorar as cidades brasileiras. É uma forma de dar maior visibilidade para quem já está atuando nesse sentido, o que não só é importante para gente criar cidades mais justas, mais sustentáveis, mais democráticas, mas também para atender ao alinhamento com a Política Nacional de Mobilidade Urbana, a lei 12.587 de 2012. Então, as cidades já deveriam estar atuando para promover o caminhar no topo dessas prioridades, como prevê a lei. Com a premiação queremos enxergar o estado da arte da política nacional de mobilidade urbana e, principalmente, dar muito conhecimento, valorização e visibilidade para quem está fazendo isso e mostrar como é possível transformar as cidades em ambientes mais caminháveis no contexto brasileiro.


Como se inscrever?
A inscrição é bastante simples. Pode ser feita via um formulário on-line por pessoas que estejam atualmente em algum órgão do poder público, seja ele municipal, estadual e de qualquer tipo de secretaria ou organização que tenha encabeçado ou realizado o projeto ou iniciativa que vai se inscrever. Então, tem que ter uma pessoa responsável, que trabalhe nesses órgãos públicos. Mas nos próprio formulário há a possibilidade de incluir todas as outras pessoas e equipes envolvidas, porque entendemos que esse tipo de projeto também é bastante impulsionado pelo terceiro setor, pela sociedade civil, por outras iniciativas. Mas a pessoa responsável para se inscrever tem que ser do poder público.


Julgamento
Os projetos serão avaliados por um júri composto por: Jessica Lima, engenheira civil, professora da UFAL, e especialista em transportes, acessibilidade e mobilidade urbana; Kaísa Isabel Santos, arquiteta e urbanista atuante no tema da acessibilidade e conselheira fiscal do IAB SP; Meli Malatesta, arquiteta e urbanista especializada em Mobilidade Ativa, blogueira no Pé de Igualdade, e presidente da Comissão Técnica de Mobilidade a Pé da ANTP; Sonia Lavadinho, geógrafa, antropóloga e socióloga urbana portuguesa, atua pela mobilidade ativa com métodos de participação cidadã, e é fundadora da Bfluid.


Prêmios
A premiação das iniciativas vencedoras, uma de cada categoria, será o registro e valorização das iniciativas em um mini webdocumentário e a gravação de um episódio de podcast Cidades Caminháveis do SampaPé! Além disso, os projetos finalistas receberão um certificado digital creditado pelas organizações parceiras do prêmio - Walk 21, ITDP Brasil e SampaPé!.


Inscrições e informações:

As inscrições devem ser feitas de 1 a 22 de julho no link: https://bit.ly/premiocc1inscricao 
Para participar, os projetos e iniciativas devem ter sido realizados entre 3 de janeiro de 2012 e 31 de dezembro de 2020, considerando a sanção da Política Nacional de Mobilidade Urbana como o "pontapé inicial" para essas mudanças.



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Expresso Mobilize #46

 

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