Tem sido bem comentada na mídia a polêmica do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá, uma "novela" que se arrasta desde 2015... Mas há outro caso emblemático, até mais antigo, no entanto menos lembrado: o do VLT de Macaé (RJ), projeto lançado em 2009, previsto para ser inaugurado em três anos, mas parado desde sempre.
Em ambos, o motivo da interrupção foi a suspeita de irregularidades no contrato. Em comum, revelam o conhecido desperdício do dinheiro público em nosso país, com perda de equipamentos e inúmeros prejuízos à sociedade e à mobilidade urbana.
Agora, na cidade fluminense, a busca por uma solução parece estar mais próxima. Na última sexta-feira (4), representantes da Prefeitura de Macaé (RJ) e uma equipe da empresa belga John Cockerill, com expertise na área, realizaram uma visita técnica ao pátio ferroviário onde estão depositadas as quatro composições do VLT.
Solução para o transporte público
Segundo a Prefeitura, o objetivo é iniciar estudos que tentem viabilizar a operação do modal: "Os levantamentos e estudos técnicos, a partir do conhecimento e experiência da empresa John Cockerill, mostrarão qual a melhor destinação para esse modal ferroviário. O que queremos é dar uma solução que seja viável para o transporte público e que atenda a população da melhor forma", destacou o secretário de Mobilidade Urbana, Jayme Muniz.
Neste primeiro momento, explica Muniz, serão avaliadas pela empresa as condições dos trens, assim como dos trilhos e dormentes e, conforme o que for apontado, a Prefeitura terá como definir os rumos do planejamento.
Técnicos da John Cockerill examinam peças do VLT, há anos sem manutenção. Foto: Ass. Secretaria de Mobilidade Urbana
Vale lembrar que, à época de seu lançamento, foram investidos no VLT de Macaé pela prefeitura R$ 15 milhões na compra dos veículos, e o valor total da estrutura chegou a R$ 25 milhões.
A expectativa agora é para a conclusão dos estudos pela John Cockerill, que, como já foi dito tem expertise no segmento, no que se refere à manutenção, construção, elaboração e operação de locomotivas. O grupo de engenharia mecânica, com sede na Bélgica, produz ainda máquinas para usinas siderúrgicas, equipamentos de recuperação de calor industrial e caldeiras, bem como locomotivas de manobra e equipamentos militares.
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