Foi um fim de semana de protesto na Alemanha: no domingo (6), mais de 10 mil ciclistas, vindos de todos os cantos da capital Berlim, fecharam ruas e exigiram mais rapidez nas políticas de transição de trânsito e mobilidade sustentável anunciadas pelos governos federal e estadual.
Grupos de bicicleta partiram de várias regiões da capital alemã e se concentraram no Portão de Brandenburgo, no coração da cidade. O protesto foi organizado pelo Associação Alemã de Ciclistas (ADFC) sob a bandeira de luta "O futuro começa hoje - o tráfego muda agora", e contou com gente que pedalou até 30 km para chegar ao local do ato.
Reivindicações
São várias as demandas dos ciclistas alemães para a cidade. Além de pedirem melhorias na infraestrutura, incluindo uma rede de ciclovias protegidas extensiva a toda a cidade, mais segurança nos cruzamentos e mais fiscalização contra veículos que insistem em estacionar nas ciclovias, eles pedem a interrupção do projeto de ampliação da Autobahn A100, uma obra para carros anunciada pelo governo.
O ADFC também quer medidas que diminuam o número de sinistros com morte no trânsito, com medidas como a inclusão de sensores obrigatórios em caminhões e veículos de grande porte. O equipamento evitaria a ocorrência dos chamados "acidentes na conversão à direita", que frequentemente causam a morte de quem pedala no ambiente urbano.
Outra reivindicação dos ciclistas é que o Senado de Berlim (órgão executivo que governa a cidade de Berlim) acelere o processo de implantação de uma rede de ciclovias seguras, baseada nas ciclovias emergenciais já criadas, e que continua em fase de planejamento pelo governo.
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