A medida estava prevista em projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa no ano passado. Das 65 estações do Metrô, apenas 31 contam com o equipamento, ou seja 47% do total. Já a CPTM possui 82 sanitários em suas 89 estações, 92% do sistema.
Na justificativa para o veto da lei, o governador escreveu que Metrô e CPTM são sociedades de economia mista e não cabe à lei dispor sobre a gestão do patrimônio dessas empresas. Alckmin também argumentou que o transporte rápido foi concebido na década de 60 e, por este motivo, os sanitários foram projetados e construídos apenas em estações de grande movimento ou com terminais de ônibus, porém as empresas estão adequando suas instalações.
Não é o caso, porém, do terminal de ônibus da Estação Tucuruvi da Linha 1-Azul. Desde de sua inauguração, em 1998, o terminal conta apenas com um banheiro de lata, que foi improvisado na calçada para atender os motoristas de ônibus. “Toda vez que preciso usar o banheiro por aqui vou até a farmácia, que deixa eu usar o sanitário pois sou cliente. Mas faz muita falta um banheiro público”, disse a vendedora Adriana Heloísa Neves, de 38 anos. Das 23 estações da Linha 1-Azul, apenas nove contam com o equipamento. Ou seja, 39%.
A publicitária Raquel Peixoto, de 33 anos, disse que teve dificuldades quando precisou usar um banheiro na Estação Pinheiros, da Linha 4-Amarela, que foi inaugurada no ano passado. “Procurei um funcionário e ele deixou usar o exclusivo para pessoas com deficiência, o único disponível no local”, disse a publicitária. Para ela, o governador deveria aprovar o projeto. “É preciso que tenham mais banheiros nas estações. Até aceito que seja cobrado um valor simbólico para a manutenção, mas desde que eles ofereçam um bom serviço”, pediu.
O urbanista Flamínio Fichmann, consultor de engenharia de tráfego, criticou a decisão do governador e disse que os banheiros públicos precisam oferecer um serviço de qualidade. “Na Europa esses equipamentos são bem conservados. Aqui os sanitários, quando existem, são malcuidados ou depredados. Mesmo assim não é justificativa para não oferecer o serviço. De certa maneira o Metrô não quer aumentar seus custos com a manutenção desse serviço, que não é barato”, afirmou o urbanista.
A reportagem procurou o deputado estadual Marcos Zerbini (PSDB), autor do projeto, porém seu assessor disse que ele está em viagem e não poderia comentar.
O Metrô disse que, por determinação da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, de 2010, todas as novas estações deverão contar com sanitários. De acordo com a empresa, há planos para instalar banheiros em áreas internas com acesso controlado em mais 11 estações em 2012.
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