Especialistas pedem mais ciclovias e passagens de fauna em rodovias

No Paraná, apenas 73 km de ciclovias estão previstas em sete cidades pela proposta do governo federal. E passagens para animais silvestres nem entram nos contratos

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Fonte: Mobilize/ Alep  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 07 de maio de 2021

Empresas de pedágio podem implementar a ciclomobil

Empresas de pedágio podem implementar a ciclomobilidade

créditos: Reprodução

Construção de mais ciclovias com infraestrutura de sinalização e segurança para ciclistas e animais silvestres. Essas foram as demandas apresentadas por especialistas em mobilidade urbana e ciclomobilidade durante audiência pública remota, nesta quinta-feira (6), promovida pela Frente Parlamentar sobre o Pedágio da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

 

Essa foi a primeira reunião realizada pela Frente para debater o novo modelo de concessão em rodovias pedagiadas que está sendo proposto pelo governo federal, sob a ótica de temáticas específicas, no caso a estrutura cicloviária nesses locais.

 

Estrutura cicloviárias e passagens de fauna nas rodovias pedagiadas foram debatidas por deputados, especialistas em infraestrutura em modais de transportes, engenheiros, cicloativistas e técnicos em gestão ambiental em estradas. 

 

A iniciativa do debate foi do deputado Goura (PDT), que integra a Frente.
O parlamentar apresentou números de atropelamentos em rodovias paranaenses no ano passado. Em 2020 o Estado registrou 1.337 mortes em decorrência de acidentes de trânsito (7,57% de pedestres e 4,41% de ciclistas).

 

Goura falou também das duas propostas feitas à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), sobre a segurança de ciclistas e de animais. Ele explicou que como as ciclovias não fazem parte dos atuais contratos, as concessionárias não se responsabilizam. Mas, com o novo edital, isso pode ocorrer.

 

Na proposta apresentada pelo governo federal estão previstas apenas 73 km de ciclovias, e somente em sete cidades do estado, e as passagens para animais silvestres não entram nos contratos.

 

Ciclomobilidade

O engenheiro civil e integrante da ONG Ciclo Iguaçu, Éder Willian Greaff, apontou que as empresas de pedágio têm condições financeiras de implementar modais de ciclomobilidade em todas as rodovias por elas administradas. Ele citou uma série de consequências, inclusive econômicas, caso ações de prevenção não estejam contempladas no edital.

 

De acordo com a cicloativista e vereadora pela cidade São Paulo, Renata Falzoni, o Brasil precisa seguir o exemplo europeu de implementação de estruturas de mobilidade e turismo por bicicleta: “Para termos uma ideia, o continente faturou 44 bilhões de euros com cicloturismo, entre ganhos diretos e indiretos. Precisamos de desenhos de estradas que salvam as vidas”, alertou.  

 

Fauna

Segundo estimativas do Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas da Universidade Federal de Lavras, apresentadas aos participantes da audiência, 475 milhões de animais são atropelados a cada ano nas rodovias brasileiras.

 

A especialista em passagem de fauna em rodovias, Fernanda Abra, defendeu na audiência que os animais devem ser barrados de entrar nas rodovias e direcionados para a travessia em pontos estratégicos.

 

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