Cidades em todo o país estão perdendo seus serviços de transporte coletivo. O motivo principal é a forma de contratação e remuneração, por passageiro transportado. Esse modelo, que já não ia muito bem, foi a nocaute com a chegada da pandemia, que afastou passageiros pelos riscos de contágio e também pelo aumento da pobreza no Brasil.
Segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), as empresas amargam prejuízos acumulados de 11 bilhões e 700 milhões de reais. Se em 2018 uma parte dos usuários já não conseguia pagar as tarifas para usar o transporte público, a partir de 2020 a situação se agravou com a fuga de passageiros, pelo receio de contágio pela pandemia. O resultado é que milhões de pessoas estão ficando sem transporte coletivo e por isso acabam recorrendo a alternativas informais, motocicletas, bicicletas ou a simples caminhada, em trajetos de 5 a 7 quilômetros.
Para entender melhor os problemas, nós entrevistamos o empresário Marcelo Bandeira de Mello, diretor executivo de duas empresas de transporte coletivo que operam na Região Metropolitana do Recife e membro do Conselho de Inovação da NTU.
Ele detalhou os problemas enfrentados e apontou algumas saídas, que passam pela mudança nas concessões, mais subsídios aos serviços de transportes, tarifas mais baixas e serviços ajustados para as novas condições impostas pela pandemia de Covid 19.
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