Ferramenta que calcula poluição de ônibus é entregue à Prefeitura de SP

Entidade ambiental entrega à SPTrans e operadores do transporte público a ReFrota, ferramenta que estima os gases de efeito estufa e poluentes da frota de ônibus paulista

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Fonte: Mobilize/ Iema  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 26 de março de 2021

É lei: emissões (CO2) de ônibus precisam cair 50%

É lei: emissões (CO2) de ônibus precisam cair 50% até 2028

créditos: Sidnei Santos/SPTrans

Uma nova ferramenta, lançada pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), é capaz de estimar as emissões mensais e anuais de gases de efeito estufa e de poluentes provenientes das frotas de ônibus públicos do município de São Paulo. 

 

A ReFrota foi apresentada nesta quarta-feira (24) para cerca de 50 pessoas, em reunião online com representantes da SPTrans e de empresas operadoras de ônibus. Construída a partir da inserção de dados dos próprios operadores - como energia consumida e quilometragem rodada - a ferramenta facilita e padroniza a realização do cálculo de emissões. 

 

Como funciona

“A ReFrota calcula as emissões de dióxido de carbono (CO2) – gás de efeito estufa atrelado ao aquecimento global –, de material particulado (MP) e de óxidos de nitrogênio (NOx) – ambos poluentes que fazem mal à saúde – regulamentadas na Lei 16.802/2018, que determina a eliminação gradual dessas emissões até 2038”, explica David Tsai, pesquisador do Iema. 

 

A ferramenta é aberta ao público e está disponível no site do Iema pelo link:

http://energiaeambiente.org.br/produto/refrota-calculadora-de-emissoes-de-frotas-de-onibus 

 

Para usar, basta inserir na planilha os dados de quilometragem rodada, energia gasta (consumo de combustível ou energia elétrica), porte de veículo, como miniônibus ou ônibus articulado, e se é equipado ou não com ar-condicionado. 

 

A metodologia da ReFrota foi fundamentada no Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários, desenvolvido com participação do Iema em parceria com organizações públicas como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e a Petrobras. 

 

O modo como o transporte público é operado pode gerar maiores ganhos ambientais, na medida em que cause menor consumo de combustível e, consequentemente, menor emissão de poluentes ou GEE. “O trânsito da cidade e o comportamento do motorista, por exemplo, podem reduzir ou aumentar as emissões de um mesmo veículo”, explica Tsai. 

 

Dessa maneira, com uma operação ideal, uma mesma quilometragem rodada pode consumir menos combustível, diminuindo diretamente a quantidade de emissões. Por isso, é importante pensar o transporte público como prioridade na cidade. Ele precisa de espaço mais fluído para circular. Toda a população passa a ser impactada positivamente, afirma o pesquisador.

 

Mudanças climáticas

Cada empresa operadora de ônibus da cidade de São Paulo deverá apresentar anualmente à SPTrans e ao Comfrota, as emissões de sua frota no ano anterior. Com isso, a ideia é acompanhar a evolução de emissões em direção a um transporte menos poluente, até atender a Lei Paulistana de Mudanças Climáticas. 

 

Essa lei exige que as emissões de CO2 dos ônibus caiam pela metade até 2028, em relação ao ano de 2016, e sejam extintas nos dez anos seguintes. 

 

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