Em janeiro, ônibus circularam mais e emitiram menos poluentes em SP

Com menos carros nas ruas por causa da pandemia, coletivos ganharam velocidade, revela o Monitor de Ônibus SP. Dados comprovam a eficiência das faixas exclusivas

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Fonte: Iema  |  Autor: Marcos de Sousa/Mobilize Brasil  |  Postado em: 12 de fevereiro de 2021

Janeiro de 2021 teve aumento da velocidade dos ôni

Em janeiro, velocidade dos ônibus em SP aumentou

créditos: Iema/Boletim Monitor Ônibus SP


Em janeiro passado, São Paulo contou com 13.948 ônibus de transporte público e esses veículos puderam trafegar mais livremente, com velocidade média mais alta se comparada a janeiro de 2020. Esse desafogo se deveu, principalmente, à menor circulação de carros particulares na cidade, em função da pandemia de Covid-19. 

 

Além disso, a frota total de ônibus da capital paulista emitiu até 50% menos gases de efeito estufa e poluentes do ar quando comparada com a frota de cinco anos atrás, em janeiro de 2016, possivelmente por conta da renovação da frota, com a entrada em circulação de veículos menos poluentes. Os dados foram publicados hoje (12) pelo Boletim Monitor de Ônibus SP, do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema).


O Boletim - que terá periodicidade bimestral - destaca também os ganhos que as cidades podem ter caso adotem faixas exclusivas para a circulação do transporte coletivo. Durante a pandemia, graças à redução do trânsito, foi possível testar os ganhos que seriam obtidos com a liberação de espaço para os ônibus. Em resumo: menos carros nas ruas aumentam a eficiência socioambiental do sistema viário.


Segundo o Monitor de Ônibus SP, o experimento mostrou, na prática. que investir em faixas exclusivas e corredores de ônibus pode ser uma das soluções para cumprir o Artigo 50 da Lei de Mudanças Climáticas (Lei Municipal 14.933/2009), que aborda a redução de emissões do transporte público na cidade.


“Os ônibus podem trafegar com maior fluidez e continuidade por meio de corredores ou mesmo faixas exclusivas, já que não competem por espaço viário com outros veículos, sobretudo com o automóvel”. “Dessa maneira, os coletivos ficam menos parados no trânsito e diminuem o intervalo médio de suas viagens, o que também reduz suas emissões atmosféricas”, explicou Felipe Barcellos, pesquisador do Iema. "Quando circulam com menos paradas geradas por congestionamentos, os veículos reduzem suas emissões de gases de efeito estufa e poluentes do ar. Também por isso, as emissões de dióxido de carbono (CO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado (MP) emitidos na combustão foram 43%, 52% e 71% menores, respectivamente, do que no mesmo mês há cinco anos. Claro que essa redução também reflete a diminuição na quilometragem total percorrida pelos ônibus paulistanos, além da renovação tecnológica da frota", complementa o pesquisador.


Ônibus com tecnologias mais novas - como o padrão Euro 5 - tendem emitir menos poluentes do ar. Conforme a Lei de Mudanças Climáticas, as emissões de CO2 dos ônibus precisam cair pela metade até 2028 em relação ao ano de 2016 e devem chegar a zero até 2038. A legislação paulistana também obriga que as emissões de material particulado e óxidos de nitrogênio sejam reduzidas, respectivamente, em 90% e 80% até 2028.

 


O Monitor de Ônibus SP estima as emissões dos ônibus municipais da cidade de São Paulo. Essa estimativa é feita com dados de GPS transmitidos por dispositivos instalados em todos os ônibus paulistanos. Os dados são atualizados diariamente. Por meio do Monitor é possível acompanhar o nível de emissões dos ônibus e verificar se os operadores e as autoridades estão cumprindo as metas estipuladas na Lei de Mudanças Climáticas. O sistema permite também o acompanhamento da qualidade e de uso do serviço prestado como velocidade média, frota por tecnologia e oferta de lugares.


Leia os dados do Boletim Monitor de Ônibus SP 


Se quiser, acesse diretamente a página do Monitor, no site do Iema:

  

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