A JR East, empresa que opera os trens-bala no Japão, deu início nesta segunda-feira (1º) aos testes de um projeto para converter vagões de trens em escritórios acessíveis aos passageiros. A medida atende ao interesse crescente no país pelo trabalho remoto, desde que a pandemia do novo coronavírus tornou-se realidade.
Segundo a iniciativa, do interior de alguns dos chamados trens shinkansen Tohoku, que ligam Tóquio a cidades do norte, os passageiros poderão se deslocar livremente, sem custo extra, desde os seus assentos até o carro designado para essa finalidade, informa a JR East.
Nesse vagão, além de usar computador e as redes, as pessoas terão permissão para falar ao telefone, algo que normalmente é desencorajado nos trens japoneses, e mesmo realizar reuniões online.
“Considero uma boa iniciativa porque, quando estou em um vagão de trem normal, tenho o cuidado de não fazer barulho até mesmo ao digitar no teclado”, conta o executivo Shinya Ogata, que nesta segunda viajava para a província de Iwate, a bordo desse carro especial.
Na primeira fase do projeto, a JR East planeja ainda estudar a demanda e todos os equipamentos necessários aos passageiros, para assim ir criando um ambiente o mais próximo de um local de trabalho.
Segundo a companhia, durante o período de teste, que vai durar até 26 de fevereiro, os vagões escritório estarão disponíveis em oito ou dez dessas linhas ferroviárias que saem de Tóquio, todos os dias.
Para impedir o vazamento do som dos laptops e das conversas ao celular, e garantir privacidade dos usuários, a empresa explica que instalará outros equipamentos com tecnologia adequada ao ambiente de trabalho.
Por fim, para evitar a disseminação do coronavírus, nos vagões escritório haverá fornecimento de lenços com álcool e o uso de máscara será obrigatório.
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