Car@s amig@s,
O ano de 2020 ainda não terminou. E seu peso sinistro provavelmente não terminará tão cedo, porque a pandemia não obedece ao calendário. Mesmo que tenhamos vacinas, a imunização consumirá vários meses - dizem os infectologistas - e teremos que seguir usando máscaras, usando álcool em gel, lavando as mãos, evitando aglomerações etc.
As imagens na tevê e nos jornais mostram várias capitais do Brasil com os terminais de transportes repletos de pessoas, muitas deles sem máscaras. Os shoppings estão cheios de gente e o trânsito nas ruas está bem acima ao dos dias anteriores à chegada do tal vírus. Tudo isso revela uma certa "acomodação" à pandemia. Mas, vale lembrar: hoje, 18 de dezembro, já são mais de 75 milhões de infectados pela Covid-19 em todo o mundo, e quase 1,7 milhão de pessoas mortas pela doença.
Os primeiros meses da pandemia indicaram alguns caminhos mais virtuosos para o enfrentamento da crise e funcionaram como um bom laboratório de cidades mais calmas, com menor tráfego de veículos, e consequente redução de poluentes e ruído urbano. Várias prefeituras, em países latino-americanos, e também na Europa, Oceania, Canadá e Estados Unidos, abriram espaço para o uso de bicicletas e para a caminhada, como a criação de ciclovias e calçadas "virtuais", algumas delas convertidas em infraestruturas definitivas. Mas pouco se viu dessas práticas aqui no Brasil.
O transporte público, que já não ia muito bem das pernas (ou das rodas) em 2019, perdeu ainda mais passageiros e entrou em crise profunda em vários lugares do mundo. Trens urbanos, metrôs, ônibus e outros modos de transporte coletivo trabalhavam com a média teórica de seis passageiros por metro quadrado, mas chegavam a insuportáveis 9/m2 em algumas cidades brasileiras, números obviamente incompatíveis com o distanciamento social exigido pelas autoridades de saúde. Mas, alertam os especialistas, a pandemia apenas colocou a nu um problema crônico: transporte público não pode depender apenas da tarifa paga pelo usuário. É preciso criar mecanismos para ampliar o financiamento desses sistemas de transporte, vitais para as cidades. Sem eles, as cidades morrem.
Uma boa notícia veio de Porto Alegre, onde a Câmara Municipal aprovou o projeto de lei que autoriza a concessão de subsídio tarifário ao transporte público da cidade. O subsídio previsto no projeto se dará em "aporte financeiro para custeio do serviço de transporte coletivo, com a finalidade de diminuir ou isentar o valor da tarifa cobrada dos usuários e incentivar a utilização do transporte público". Taxas e tarifas sobre o uso do automóvel particular estão previstas como forma de viabilizar a inovação, que depende agora do aval do novo prefeito eleito. Vamos acompanhar e esperar que o exemplo se multiplique.
E com esta, finalizamos nossas atividades em 2020. Voltaremos à ativa na terceira semana de janeiro, salvo notícias extraordinárias que mereçam uma interrupção em nossas férias. Aproveitem as festas, dentro dos limites possíveis, é claro :-)
Até 2021!
Equipe Mobilize Brasil
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