No próximo sábado (21), às 9 horas, pesquisadores da USP realizam uma discussão online sobre mobilidade urbana, com o objetivo de pensar propostas quem tornem a locomoção mais eficiente, econômica e inclusiva na cidade de São Paulo. Participam especialistas de diversas áreas do conhecimento, como engenharia, medicina e humanidades.
Em seguida, as sugestões que saírem do evento “Mobilidade Ativa e Inclusiva: Construindo Pontes com a Sociedade - Uma Homenagem à Marina Harkot" serão enviadas aos candidatos Guilherme Boulos (PSOL) e Bruno Covas (PSDB), que disputam o segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo.
A proposta deste encontro surgiu após a morte da estudante e cicloativista Marina Kohler Harkot, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, que teve sua vida e projetos interrompidos no último dia 8 de novembro por um atropelamento criminoso enquanto pedalava na zona oeste da cidade. Marina era pesquisadora do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade) da FAU e desenvolvia estudos na área de planejamento urbano e regional.
“Através do evento, Marina poderá falar sobre como é andar numa cidade não segura, dando voz não somente a pesquisas da USP nesse segmento, mas também a todos os outros que sofreram a mesma violência”, afirma o professor Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP, sobre esta forma escolhida pela comunidade acadêmica de homenagear o legado deixado por ela.
Candidatos à Prefeitura de SP
Além de abordar as maneiras de tornar mais eficiente e rápido os deslocamentos na cidade, com menos custo e redução de impactos na saúde, outro tema deste encontro será o quanto custa aos cofres públicos não investir em mobilidade urbana. Após as discussões, as propostas serão enviadas aos dois candidatos à Prefeitura de São Paulo, que se enfrentarão no segundo turno. “Os participantes do encontro, tanto da sociedade civil quanto da academia, se colocarão à disposição de qualquer um dos eleitos com seus esforços para consertar esse nó que é a mobilidade urbana na cidade de São Paulo”, compartilha Saldiva.
Pedestres e ciclistas
O professor Saldiva avalia que há uma problemática cultural que dificulta a locomoção por meios de transportes alternativos na cidade. Segundo ele, há uma inversão de prioridades: “A prioridade é o pedestre, depois o ciclista, depois o transporte coletivo, depois o transporte de cargas e, por último, o transporte individual motorizado. No entanto, fizemos exatamente ao contrário do que preconiza o Código de Trânsito Brasileiro”. Independentemente do meio de transporte, “o planejamento é essencial para promover a mobilidade segura, eficiente e, principalmente, que a cidade passe de um obstáculo para um ponto de encontro”.
Serviço
Mobilidade Ativa e Inclusiva: Construindo Pontes com a Sociedade - Homenagem à Marina Harkot
Evento online no dia 21/11, às 9h
Clique aqui para fazer inscrição.
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