Mais de 40% das pessoas podem trocar suas cidades por uma "smart city"

Conclusão é de pesquisa feita em 11 países, Brasil inclusive, mostrando que cidadãos estão insatisfeitos com falta de serviços digitais e ações de mobilidade e ambientais

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Fonte: Mobilize/Capgemini (ass. imprensa)  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 17 de novembro de 2020

Pessoas buscam benefícios da tecnologia de smart c

Pessoas buscam benefícios tecnológicos nas smart cities

A vida atual nas cidades está aquém das expectativas dos cidadãos na era digital, revela relatório de uma pesquisa global que compilou e analisou as respostas de 11 mil cidadãos e mais de 300 gestores municipais de 11 países e 58 cidades (incluindo cidades brasileiras). 

 

O levantamento, realizado pelo Instituto de Pesquisa Capgemini, mostrou que existe uma grande frustração com a forma como as cidades operam atualmente e que, futuramente, 42% dos moradores desejam sair de seus lugares devido a inúmeros problemas, entre eles a frustração digital e a falta de soluções sustentáveis para áreas como a mobilidade e a poluição do ar.   

 

No Brasil, a pesquisa ouviu mil pessoas, de cinco cidades: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. Os resultados mais significativos foram os seguintes: 

 

63% das pessoas se queixam do grande tempo gasto nos deslocamentos diários;

38% não se sentem social e culturalmente pertencentes à cidade;  

58% apontam falta de iniciativas de sustentabilidade em suas cidades; 

66% sentem falta de oportunidades de emprego e de prosperar financeiramente;

69% apontam problemas na falta de segurança pública. 

 

Ainda de acordo com a pesquisa, os brasileiros acreditam que as cidades inteligentes podem proporcionar uma experiência que vai além do básico das necessidades de infraestrutura e, por isso, estão dispostos a pagar mais por iniciativas tecnológicas em serviços públicos e segurança. 

 

Para conferir os dados da pesquisa no Brasil, clique aqui

 

Dados globais 

Entre os resultados globais desta pesquisa, vale destacar que mais da metade dos cidadãos (58%) consideram as cidades inteligentes as mais sustentáveis e que fornecem serviços urbanos de melhor qualidade (57%). De outro lado, 42% das pessoas estão dispostas a deixar sua cidade atual devido a preocupações com poluição e o trânsito. 

 

O relatório constatou também que apenas uma em cada dez autoridades municipais diz ter avançado na implementação de ações para tornar sua cidade inteligente, sendo que menos de um quarto (apenas 22%) começou a pôr em prática iniciativas nesse sentido. 

 

Os cidadãos consideram uma grande preocupação os desafios com a poluição (42%) e a falta de iniciativas de sustentabilidade (36%), e dizem estar dispostos a deixar suas cidades se persistir essa situação. 

 

Um terço da população mundial viverá em cidades até 2050, com o número de megacidades aumentando das 33 atuais para 43 em 2030. Segundo dados da ONU, de maio de 2018, "algo como 68% da população mundial deverá viver em áreas urbanas até 2050". Portanto, é urgente tornar a vida urbana melhor e sustentável.

 

Nos últimos três anos, no entanto, 42% das autoridades municipais afirmam que as iniciativas de sustentabilidade estão atrasadas e 41% dizem que suas cidades se tornarão insustentáveis nos próximos cinco a dez anos, principalmente pela não adoção de tecnologias digitais, revelou a pesquisa. 

 

Vida na smart city 

Outra constatação do estudo é que os cidadãos que usufruem de iniciativas de cidades inteligentes estão mais felizes com a qualidade de vida urbana: 73% se dizem satisfeitos em termos de saúde e da qualidade do ar, por exemplo. Essa porcentagem cai acentuadamente para 56% entre aqueles que não usaram uma iniciativa de smart city. Daí que mais de um terço das pessoas (36%), sobretudo os mais jovens e com maior renda, estão dispostos a pagar para viver em uma cidade inteligente. 

 

Covid-19 

Cidades inteligentes podem ajudar ainda a lidar com pandemias, revela também a pesquisa da Capgemini, ao constatar que, à medida que o mundo enfrenta a covid-19, as autoridades locais vêm usando a tecnologia para enfrentar parte dos desafios enfrentados. 

 

Entre as autoridades municipais ouvidas, 68% descobriram que iniciativas digitais como aplicativos que conectam pessoas a unidades de saúde ou fornecem monitoramento remoto de pacientes estão ajudando a gerenciar a crise.

 

A cidade de Bengaluru, na Índia, por exemplo, transferiu seu centro de comando para uma "war room" para acompanhar pacientes e elaborar planos de contenção usando tecnologias de mapeamento de calor. Em Roma, os funcionários do aeroporto estão usando capacetes inteligentes com realidade aumentada e scanners térmicos para rastrear vários visitantes simultaneamente, mantendo uma distância segura.  

 

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