Entregadores, a face visível e dura do capitalismo de plataforma

Eles são heróis da pandemia, mas trabalham até 18 horas por dia, sem contrato, sem salário ou qualquer garantia

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Fonte: Mobililize Brasil  |  Autor: Ricky Ribeiro/Mobilize Brasil  |  Postado em: 16 de novembro de 2020

Entregadores em rua de Fortaleza (CE)

Entregadores em rua de Fortaleza (CE)

créditos: Foto: Kid Jr/Diário do Nordeste


Nesta edição, o tema polêmico dos entregadores que ampliaram sua atuação nas cidades brasileiras com a pandemia. Mas, sejam ciclistas, motociclistas ou motoristas, eles trabalham sem qualquer registro, contrato ou proteção previdenciária

Ouça o Boletim Mobilize #148


 

Se preferir, leia o texto de Ricky Ribeiro:


Olá. O isolamento social causado pela pandemia do coronavírus deixou em evidência, entre outras coisas, o papel importante das entregas de mercadorias no conjunto de atividades que compõem a mobilidade urbana. Com as pessoas mais em casa, as compras online aumentaram substancialmente e o trabalho dos entregadores cresceu, absorvendo uma mão de obra disponível em tempos de crise econômica. Afinal, hoje em dia é relativamente fácil se tornar um entregador, em especial para quem possui veículo próprio. Muitas empresas têm contratado pessoas, mesmo sem experiência, para distribuir os produtos com carro ou moto particular. 


Se por um lado essa atividade representa uma oportunidade de emprego para muita gente, por outro significa uma precarização das relações de trabalho, sem nenhum vínculo formal. Esse modelo de economia é chamado por muitos como Capitalismo de plataforma, onde as companhias praticamente não possuem infraestrutura física, tendo como base a infraestrutura digital. Elas conectam os diferentes participantes e se baseiam na terceirização dos custos e riscos para as pessoas e para o setor público.


O mundo tem passado por grandes mudanças e a pandemia acelerou ainda mais esse processo. Esperamos que, no médio e longo prazo, esta transformação venha a ser benéfica para as cidades e, principalmente, para as pessoas. Eu sou Ricky Ribeiro e este é o Boletim Mobilize.


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