A Fundação Japonesa de Automóveis (JAF) realizou uma pesquisa nacional para ver se os carros parariam ou não para as pessoas que mostrassem querer atravessar a rua nas faixas de pedestres sem semáforos. Na visão dos pesquisadores, essa seria a condição ideal e desejável para se ter uma boa relação com as pessoas no trânsito.
A pesquisa observou pouco mais de 9.400 veículos, em vias de 94 regiões do país. Para cada cidade foram feitas avaliações em duas faixas de pedestres.
O resultado entristeceu os pesquisadores, pois no final apenas 23% dos veículos de fato pararam para deixar o pedestre passar. Ou seja, menos de um quarto dos automóveis pararam ao avistar alguém com intenção de atravessar.
Apesar de considerarem baixo esse percentual, o resultado agora superou em quatro pontos o obtido em pesquisa igual, realizada no ano passado. Ou seja, houve um aumento no número de motoristas conscientes da prioridade do pedestre. Ainda assim, a avaliação é que continua sendo inseguro aos cidadãos confiarem no trânsito motorizado no Japão.
Respeito ao pedestre
Nessa pesquisa, o melhor resultado ficou para a cidadezinha rural de Nagano, a oeste de Tóquio, onde 72,4% dos veículos pararam quando se deparavam com alguém querendo atravessar a via.
Embora haja no país oriental a percepção de que, se você estiver em uma faixa de pedestres com semáforos, a travessia será sempre segura e tranquila, o objetivo da JAF com este estudo foi buscar criar uma maior conscientização tanto dos motoristas quanto dos pedestres.
Travessia com sinalização e semáforo em Tóquio: 100% segura ao pedestre. Foto: Reprodução
Pedestres que participaram da pesquisa deram suas impressões sobre a experiência, como estas:
“Muitas vezes eu atravessava a rua nas faixas de pedestres sem semáforos, e os veículos que paravam eram mais carros de polícia e caminhões de bombeiros. Às vezes, caminhões grandes. Os carros normais é que não param, mesmo se você levantar a mão."
“Os motoristas dizem que não param porque é perigoso frear quando ninguém atrás está parando. Mas acredito que se forem impostas regras mais rigorosas nesse sentido por uns três anos, as pessoas aprenderão a parar. Afinal, todo mundo obedeceu ao uso do cinto de segurança e a leis que punem quem dirigir embriagado.”
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