As primeiras estações da nova rede de metrô de Doha, no Catar, acabam de ser concluídas, e o destaque vai para o primoroso desenho arquitetônico. As 37 estações, projetadas pelo escritório UNStudio, atendem a três linhas de metrô (Vermelha, Verde e Dourada), que integram a primeira fase do Projeto Ferroviário Integrado do Catar (QIRP).
A rede de metrô de Doha é tida como um dos sistemas autônomos mais avançados e rápidos do mundo. Está em desenvolvimento pela Qatar Railways Company (Rail), e quando estiver finalizada será composta por quatro linhas, onde mais 40 estações serão construídas.
"Para encorajar o uso de formas de transporte mais sustentáveis, essas estações não devem apenas garantir um fluxo regular de passageiros, mas devem realmente atrair o público, serem lugares nos quais as pessoas desejam visitar e voltar", declarou o arquiteto holandês Ben van Berkel, do UNStudio.
Ao fazer uso dos princípios do design urbano, a proposta deste projeto foi criar espaços públicos que permitam melhorar a experiência na escala do pedestre, e assim construir novos hábitos para a comunidade de Doha, defendem os arquitetos. Em outras palavras, em um país onde a maioria das pessoas depende do automóvel, a ideia foi proporcionar um serviço eficiente e confiável que incentive o uso do transporte público.
Tradição e contemporaneidade
"A celebração da chegada e da partida foi buscada sempre no design das estações. Para a rede de metrô de Doha, planejamos um sistema paramétrico adaptável que cria interiores abertos, leves e acolhedores para cada uma das estações. As características arquitetônicas tradicionais do Catar são reinterpretadas para incorporar novas qualidades transformadoras que capturam a luz do dia e a direcionam para os interiores, criando atmosferas inspiradoras e iluminadas", explica van Berkel.
Inspirado no contexto do país, o conceito traz a noção de Caravanserais, “pousadas com pátios fechados que serviam de ponto de encontro e descanso em antigas rotas de comércio”. O projeto se utiliza de elementos tradicionais da arquitetura da região, e reinterpreta os espaços abobadados com um olhar contemporâneo.
Além disso, enquanto “os exteriores fazem referência à força monolítica da arquitetura antiga do Catar, os espaços interiores criam um efeito radiante de movimento e fluidez”, diz van Berkel, e completa: na verdade, por meio do uso de ornamentação e paleta de materiais exclusivos do Catar, grandes espaços internos são divididos e os pedestres são facilmente guiados.
* Texto original: Christele Harrouk. Tradução: Camilla Sbeghen. Edição: Regina Rocha, para o Mobilize
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*Parceria
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