Políticas de mobilidade urbana não serão capazes de atender ao avanço incontrolável de novos bairros, cada vez mais distantes, vendidos como solução inteligente às pandemias. Cidades compactas podem ser a solução mais adequada para estes tempos virulentos
Ouça o Boletim Mobilize:
Se preferir, leia o texto:
"Olá. Na semana passada eu participei do evento Connected Smart Mobility para discutir ações de mobilidade que possam driblar os problemas gerados por esta pandemia que paralisou o mundo inteiro. Mas, enquanto falávamos sobre mobilidade sustentável, em outros palcos do evento alguns urbanistas e agentes imobiliários apresentavam projetos de novos bairros, afastados das cidades, dotados de toda a tecnologia de comunicação, como forma de permitir o trabalho remoto, mas todos sem nenhuma infraestrutura de transporte coletivo.
De alguma forma, se repete a mecânica de expandir as áreas urbanizadas, estimulando o uso do automóvel particular para os deslocamentos. Pode ser uma boa forma, até romântica, de fugir dos riscos de contaminação pelo vírus, mas reforçam a lógica de segregação social e tendem a ampliar os problemas urbanos, especialmente os de mobilidade urbana. Basta ver os congestionamentos que se formam nas rodovias de acessos a Alphaville, Granja Vianna e outros bairros na Região Metropolitana de São Paulo.
Cidades compactas, com tudo a quinze minutos de uma caminhada ou pedalada parecem ser a solução mais realista e democrática. É a aposta de Paris, por exemplo, uma cidade que já tem bem mais de mil anos, que passou por guerras, crises e pestes, mas que sempre conseguiu se renovar. Talvez essa seja realmente a cidade inteligente. Eu sou Ricky Ribeiro e este é o Boletim Mobilize".
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