Entre os quase 90 km de ciclovias existentes em Belo Horizonte, a falta de integração afeta a mobilidade urbana e a ampliação dessa alternativa de transporte. E para começar a solucionar a antiga demanda dos ciclistas da capital mineira, a BHTrans implantou estruturas provisórias para conectar as vias exclusivas entre as regiões Leste e Oeste.
Ao todo, são 30 km de interligações entre o Barreiro e a avenida dos Andradas, na altura do bairro São Geraldo. Conforme a coordenadora do Pedala BH, Eveline Trevisan, o trecho está liberado a partir desta segunda-feira (13) e cria uma nova opção de mobilidade na capital mineira em meio à pandemia do coronavírus.
"O objetivo é fazer um monitoramento sobre como essa ciclofaixa está sendo sendo utilizada, principalmente para o novo ciclista, que precisa de uma infraestrutura reservada exclusivamente para ele", explica.
Para a especialista, a iniciativa atende mais uma demanda de quem usa a bicicleta para se locomover na cidade: a interligação das ciclovias com a região central da cidade. Com a criação das estruturas temporárias, foi realizada uma conexão entre a avenida do Contorno e a rua dos Tamoios com a via exclusiva já existente nas avenidas Paraná e Santos Dumont.
O trecho entre a rua São Paulo e a Padre Belchior, passando pelo cruzamento com a Augusto de Lima, também recebeu o projeto. "Em toda a área central, implantamos novos trechos para alimentar a rede cicloviária. Na Tamoios, por exemplo, não existia nenhuma estrutura. Com isso, começamos a integrar as ciclofaixas no Centro e também na região Centro-Sul", enfatiza. Já existe um longo trecho cicloviário na avenida Prudente de Morais, no bairro Santo Antônio, agora interligado à avenida dos Andradas. Veja abaixo:
Estrutura provisória
De acordo com a coordenadora do Pedala BH, as ciclofaixas temporárias estão sinalizadas com pinturas, cones e balizadores que delimitam a área destinada ao tráfego das bicicletas. "Foi realizada a reserva na própria pista de rolamento dos automóveis para a circulação exclusiva, com a pintura do símbolo da bicicleta no chão. Ainda fizemos a sinalização com faixas de pano ao longo de todo o trecho", explicou.
Em nota, a BHTrans ainda lembra que "é fundamental que motoristas e motociclistas entendam que as ciclofaixas são um espaço para os ciclistas e, por meio do respeito mútuo, todos possam compartilhar a via de forma segura". Veja mais no Twitter da BHTrans.
Compartilhamento de bicicletas
Atualmente, a capital mineira conta com quase 90 km de ciclovias espalhadas por toda a cidade. A primeira estrutura exclusiva para as bicicletas foi implantada em 2003, na orla da Lagoa da Pampulha, com cerca de 12 km de faixas – atualmente, a região também é a única em BH com aluguel acessível do transporte. No ano passado, a cidade perdeu os seus principais sistemas de compartilhamento de bicicletas: a empresa Yellow encerrou as operações na cidade, meses depois das estações da bike Itaú serem desativadas.
Eveline Trevisan lembrou que o retorno da oferta do serviço é estudado pela autarquia, que reconhece o retrocesso para a ampliação do uso das bicicletas como transporte. "Tivemos alguns chamamentos abertos, mas agora estamos aguardando a possibilidade de fazer um novo, principalmente em função do fim do compartilhamento na área central", contou.
Leia também:
"A bicicleta pode mudar as cidades", diz Ana Carboni, da UCB
Bicicletas compartilhadas voltam a funcionar em Vitória
Como a pandemia está transformando a mobilidade urbana
Prefeitura de SP anuncia volta da ciclofaixa de lazer em 19 de julho
Lisboa anuncia criação imediata de ciclovias e ruas de pedestre