Tal como os carros de aplicativos, os novos sistemas permitem que os usuários sejam atendidos por vans e ônibus em áreas com menor densidade populacional ou para clientes especiais, como cadeirantes e idosos. Mas há desafios a vencer: o preço final e a exigência de acesso a um bom telefone celular, o que pode exluir parte da população, especialmente a de menor renda.
Ouça o Boletim Mobilize #129 com a voz eletrônica de Ricky Ribeiro:
Se preferir, leia o texto:
Olá. Você já ouviu falar em transporte coletivo sob demanda? Trata-se de um serviço flexível de mobilidade urbana no qual as rotas são definidas de acordo com as necessidades dos usuários, em vez de preestabelecidas com trajetos e horários fixos. Esse serviço conta com alta tecnologia agregada, e é complementar à rede de transporte tradicional. Por meio de uma plataforma digital que conecta usuário e operador, o passageiro informa sua localização e o destino desejado, e o sistema calcula qual veículo irá atendê-lo de forma a otimizar a rota e reduzir custos.
E pode incluir desde bicicletas públicas a vans, microônibus, ônibus de grande porte e até metrôs, como já ocorre em Los Angeles, Londres, Sidney e Berlim. No Brasil, o sistema opera apenas com vans e ônibus em São Bernardo, Goiânia, Fortaleza e no Distrito Federal. A principal vantagem é a possibilidade de atender a qualquer tipo de usuário, incluindo pessoas com deficiência, em áreas de baixa densidade populacional, onde a demanda não seria atraente para as empresas de ônibus.
Mas, como toda inovação, também há problemas: as pessoas precisam ter telefones celulares com acesso à internet, o que exclui boa parte da população. E as tarifas tendem a ser mais altas do que as praticadas pelos ônibus de linha, outro fator que leva à elitização do serviço. Assim, pelo menos por enquanto, não pode ser considerado exatamente um transporte público. E há quem considere que esse tipo de serviço pode até entrar em concorrência com o transporte público convencional, levando à sua desagregação. De qualquer forma, é uma experiência que merece ser acompanhada. Eu sou Ricky Ribeiro e este é o Boletim Mobilize. Saiba mais em
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