Neste mês de julho estamos discutindo os problemas e desafios enfrentados pelo setor de transporte coletivo no Brasil.
Mesmo antes da pandemia, as empresas já reivindicavam mais apoio do governo federal para que pudessem manter e aprimorar seus serviços, especialmente o de ônibus. O setor já vinha perdendo passageiros e a crise de saúde levou essas empresas, em alguns casos, a situação insuportável, segundo relatórios da Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
Milena Braga Romano, do grupo BR7, citou uma pesquisa recente - realizada pela fabricante Marcopolo - que contrariou o senso comum e mostrou que dentro dos ônibus, com as janelas abertas, as trocas de ar são até até 63% maiores do que a vazão exigida em estabelecimentos como supermercados, agências bancárias ou saguões de aeroportos. Milena lembrou que o mais importante é a higienização diária dos ônibus e a colaboração dos passageiros, que devem higienizar sempre as mãos e utilizar a máscara. Para isso, a empresa chegou a realizar uma campanha em maio, com a distribuição gratuita de máscaras para os passageiros.
Ouça a seguir o podcast Expresso #7 com entrevistas de empresários e especialistas no tema:
O exemplo de Floripa
Uma solução foi encontrada pela Prefeitura de Florianópolis, que ampliou a oferta de ônibus e estabeleceu regras sanitárias muito rígidas para os passageiros e operadores. Além da obrigatoriedade de máscaras e da oferta de álcool em gel, todos os profissionais do setor foram testados anteriormente, e os passageiros fazem um check-in ao entrar no ônibus, usando QR code. Caso algum dos passageiros seja identificado com o novo coronavírus, os demais usuários que estiverem no ônibus são orientados a entrarem em contato com a Vigilância Epidemiológica para fazer testagem e saberem se foram infectados com a covid-19.
Ouça o Boletim Mobilize #128, com a voz eletrônica de Ricky Ribeiro:
Há também a opção pelo transporte coletivo sob demanda
Tal como os carros de aplicativos, os novos sistemas permitem que os usuários sejam atendidos por vans e ônibus em áreas com menor densidade populacional ou para clientes especiais, como cadeirantes e idosos. Mas há desafios a vencer: o preço final e a exigência de acesso a um bom telefone celular, o que pode exluir parte da população, especialmente a de menor renda, adverte o empresário Marcelo Bandeira de Mello, que dirige duas empresas na região da Grande Recife. Ouça o Boletim Mobilize #129.