Autoridades de algumas cidades bolivianas começaram nesta segunda-feira (25) a ordenar a retomada do transporte público. Em reação, vários sindicatos dos setores de saúde iniciaram uma greve de fome em protesto. O temor desses profissionais é que o relaxamento aumente as infecções por coronavírus.
As cidades de El Alto (vizinha à La Paz), Cochabamba (no centro do país) e Potosí (a sudoeste) retomaram os serviços de transporte coletivo, embora com limitações, em meio à emergência sanitária em vigor desde 17 de março.
Os ônibus podem operar com 40% a 50% de sua capacidade ou em turnos durante a semana. La Paz, sede dos poderes Executivo e Legislativo, se prepara para o retorno do serviço na segunda-feira, 1º de junho.
Quarentena
O governo decretou a quarentena em março com a suspensão do trabalho público e privado, exceto os emergenciais, e fechou as fronteiras, medidas que devem ser suspensas, segundo estimativas iniciais, em 31 de maio.
O governo da presidente interina Jeanine Áñez enfrenta forte pressão de sindicatos de camponeses, indígenas, motoristas e comerciantes para que promova flexibilização das restrições. Alguns setores pedem a renúncia da presidente.
No município de El Alto, os micro-ônibus de passageiros circulavam em plena capacidade, apesar do compromisso de operar com a metade. "Alguns veículos chegaram com 14 passageiros, o total de sua capacidade", disse Fernando Flores, secretário de transporte municipal.
A normalização das atividades preocupa profissionais da saúde, que temem uma explosão no número de contágios. Eles denunciam a falta de condições para enfrentar a pandemia devido a mecanismos insuficientes de biossegurança.
"A quarentena é flexibilizada e não estamos prontos para lidar com o aumento iminente de casos de covid-19 em La Paz", disse o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema de Saúde no Twitter.
Enquanto a Bolívia caminha para a normalização, em meio a temores, o Congresso se prepara para formar uma comissão para investigar a compra de 170 respiradores espanhóis superfaturados. Por esse motivo, o Ministro da Saúde foi demitido e preso preventivamente pelo período das investigações.
Na Bolívia, o coronavírus infectou mais de 6.200 pessoas, com 250 mortes.
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