A Prefeitura de Marília, localizada a oeste do estado, obteve autorização da empresa Rumo Logística, concessionária responsável pela malha paulista de ferrovias, para o projeto de construção de uma ciclovia paralela aos trilhos da linha férrea na região central da cidade.
O projeto do Parque Linear Urbano, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, prevê a construção desta ciclovia do km 465 + 480 m (praça Athos Fragata) até o km 468 + 310 m (praça São Miguel), com áreas de descanso, paisagismo, projetos de elétrica e hidráulica.
Este trecho favorecerá a mobilidade inclusiva, com a interligação de vários modais de transporte, como a própria ciclovia, ônibus e pista de caminhada.
Em um segundo momento, está prevista a implantação de um trecho mais extenso, que se inicia em Padre Nóbrega e segue até o distrito de Lácio, ao longo da via férrea e das avenidas Sampaio Vidal, das Esmeraldas, Tiradentes, Castro Alves e Nelson Spielman.
Resta agora apenas fazer ajustes técnicos em detalhes do projeto executivo de implantação. Mas os projetos das áreas de descanso, paisagismo, elétrica e hidráulica já estão prontos, explica o secretário municipal de Planejamento Urbano, José Antônio de Almeida: “O projeto está todo finalizado e inclusive já foi enviado à diretoria da Rumo Logística para assinatura. Estamos aguardando a chegada dessa minuta final ainda esta semana para que possamos começar a colocá-lo em prática através de processo licitatório”, explicou.
Esse projeto é resultado de anos de análise da prefeitura da cidade paulista, que comemorou sua aprovação em redes sociais. O setor de projetos da Secretaria de Planejamento Urbano teve suporte e recebeu sugestões da comunidade para este projeto, a exemplo das contribuições da Associação Ambientalista de Marília - Ong Origem.
Segundo a Secretaria, a obra está prevista para ser realizada em convênio, utilizando verbas exclusivamente destinadas para esse uso, com recursos federais. “Existe um convênio específico, com programa da Caixa, para este projeto, que está à espera do trâmite burocrático final. Só depois disso poderemos dar início à licitação obra de forma efetiva”, explica.
Comentário do Mobilize:
A decisão da empresa Rumo Logística em Marília abre um precedente importante para outras cidades do Brasil que são cortadas por faixas de domínio de antigas ferrovias. Em geral, elas percorrem trajetórias plana, passam pelos centros das cidades e, portanto, são muito adequadas para a utilização por sistemas de mobilidade urbana, como ciclovias, corredores de ônibus, veículos leves sobre trilhos e mesmo áreas para caminhada.
Afinal, quase todas as capitais e grandes cidades têm trechos ferroviários operando apenas trens de carga, ou mesmo abandonados. Nesses casos, a solução adotada em outros países tem sido o desvio das composições de carga para aneis ferroviários, fora das áreas urbanas.
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