Ministério Público denuncia problemas na Rodoviária de Brasília

Relatório do MP/DFT e Rede Urbanidade aponta uma série de problemas de mobilidade, acessibilidade e segurança no principal terminal do Plano Piloto

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Fonte: Correio Brasiliense e MPDFT  |  Autor: Correio Brasiliense  |  Postado em: 19 de maio de 2020

Escadas rolantes e elevadores desativados

Escadas rolantes e elevadores desativados

créditos: Uirá Lourenço/Brasília para Pessoas

Principal terminal de ônibus de Brasília, a Rodoviária do Plano Piloto não está preparada para receber o público diário de 700 mil pessoas, segundo relatório elaborado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O documento apontou que as condições de mobilidade e acessibilidade na rodoviária não estão de acordo com os critérios definidos pela lei.


Entre as irregularidades encontradas pelos peritos do MPDFT estão falta de acessibilidade e sinalização, infraestrutura precária, má conservação, oferta de transporte irregular, entre outros problemas. O documento de 76 páginas é resultado de uma visita realizada em fevereiro por iniciativa da Rede Urbanidade. 


Para o promotor de Justiça de defesa da Ordem Urbanística, Dênio Augusto de Oliveira Moura, a iniciativa é importante para contribuir com a atuação dos órgãos de fiscalização e da sociedade. "O relatório da vistoria aponta problemas que há muito são conhecidos pelos usuários que transitam pelo terminal todos os dias.
 
As questões relacionadas ao sistema de mobilidade urbana estão sendo analisadas pelo Ministério Público, em parceria com a Rede Urbanidade, para que sejam definidas estratégias de atuação. As questões que extrapolam as atribuições da Prourb serão encaminhadas aos órgãos competentes para as providências cabíveis”, afirmou o promotor.
 
Ele também acredita que o GDF deve usar as informações do documento para embasar a tomada de decisões. “Todas as questões levantadas no relatório deverão ser levadas em conta antes de qualquer definição sobre a concessão da Rodoviária de Brasília, caso ela ocorra", recomenda.
 
 
Principais problemas 
Transporte coletivo: baias de acesso em situação precária, box das empresas sem sinalização, áreas do VLP sem acessibilidade e com sinalização deficiente, sobrecarga com retorno das linhas do entorno à Rodoviária (são 206 linhas, 800 veículos e 80 mil pessoas a mais diariamente), oferta de transporte pirata.
 
Acesso e circulação externa: sinalização deficiente nas travessias, pisos e calçadas irregulares e mal conservados, descontinuidade das rotas acessíveis, falta de trajetos seguros para pedestres dentro da rodoviária.
 
Circulação interna: confusão de fluxos e filas, ausência de assentos para espera e de piso podotátil, comércio informal, desnível no acesso a lojas e serviços.
 
Bicicletas: ausência de bicicletário (o que existe foi fechado para reforma), ciclofaixas desativadas ou com pintura apagada, descontinuidade no trajeto das ciclovias.
 
Manutenção predial: instalações elétricas improvisadas, ferragens expostas, calhas entupidas, vazamentos no forro, lixo e entulho espalhados.
 
Estacionamentos: vagas sem demarcação, falta de acessibilidade e limpeza, estacionamento em local proibido.
 
Outros temas: escadas rolantes desligadas, poucos elevadores em funcionamento, sanitários em condições precárias de manutenção e limpeza, ausência de comunicação sonora, deficiência na comunicação visual e na sinalização. 
 
 
 

 















Veja também uma matéria do DF2/TV Globo

 
 
 

Rede urbanidade

A Rede de Promoção da Mobilidade Sustentável e do Transportes Coletivos do Distrito Federal começou a ser articulada no final de 2019 por algumas organizações locais com o apoio do Ministério Público do Distrito Federal (MPDF). "Temos aqui entidades que atuam para a promoção de vários aspectos da mobilidade, como a caminhada, a bicicleta, o transporte público, mas faltava uma articulação entre essas iniciativas. Nós procuramos fazer essa costura para atuar em conjunto e promover melhorias concretas em ciclovias, bicicletários, no transporte público e nas calçadas e sinalização para pedestres", lembra o promotor Dênio Augusto de Oliveira Moura, um dos coordenadores da Rede.



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