Megarrodízio é suspenso, e rodízio anterior volta a valer em SP

Prefeito Bruno Covas reconhece que medida rígida não teve o efeito esperado. Rodízio comum é retomado nesta segunda-feira (18), enquanto frota de ônibus segue ampliada

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 18 de maio de 2020

Rodízio ampliado em SP é suspenso uma semana depoi

Rodízio ampliado em SP é suspenso uma semana depois

créditos: Carlos Severo/Fotos Públicas

Em coletiva de imprensa no domingo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou a retomada do rodízio tradicional de veículos na cidade de São Paulo a partir desta segunda-feira (18). 

 

Segundo Covas, a medida mais restritiva não surtiu o efeito esperado no índice de isolamento social na capital paulista, que se manteve abaixo do esperado pela gestão municipal.

 

O megarrodízio trouxe ainda um indesejável resultado: os ônibus da capital passaram a receber 6% a mais de passageiros, percentual que equivale a 69 mil pessoas a mais, por dia, no sistema de transporte coletivo. 

 

Em seu pronunciamento, Covas reconheceu: “Houve apenas uma pequena melhora no único índice que temos. Comparando a sexta-feira, dia 8, com a sexta, dia 15, subimos apenas dois pontos percentuais, passando de 46 para 48, mantendo-se abaixo de 50%.”

 

Frota de ônibus segue reforçada

A Prefeitura decidiu manter os mais mil ônibus colocados em operação no início do rodízio ampliado da semana passada, e ainda os 600 veículos a mais que passaram a circular em áreas estratégicas da cidade.

 

Segundo a SPTrans, esse reforço da frota nas ruas chegou a representar 65,5% de um dia útil, servindo a um número 31% menor de passageiros (dados de 7 de maio). 

 

O órgão explicou em nota que "as equipes de campo da SPTrans seguem monitorando a movimentação de passageiros durante todo o período de quarentena e fará os ajustes necessários para adequar a frota à demanda e garantir o transporte público à população, em especial aos trabalhadores de serviços essenciais”.

 

Evitar o lockdown

Decretado na segunda-feira (11) da semana passada, o rodízio de carros mais restritivo foi a segunda tentativa da Prefeitura de aumentar a adesão ao isolamento social e conter o avanço do novo coronavírus. Mas a superlotação do transporte público escapou às expectativas mais otimistas da gestão municipal. 

 

Anteriormente, a Prefeitura já havia sido alvo de críticas por fazer bloqueios em grandes vias da cidade, o que acabou  afetando o deslocamento de profissionais de serviços essenciais, e por isso foi revisto dois dias depois. 

 

Sobre a possibilidade de lockdown na cidade de São Paulo, o prefeito Bruno Covas afirmou que a decisão deve ser tomada em conjunto com outros municípios, e partir do governo do estado.

 

“O governador mencionou que tem estudos sobre a mesa, isso está sendo debatido no comitê de saúde criado por ele. Estamos debatendo com o governo do estado esse tema. O município não tem condições de fazer isso sozinho porque não tem poder de polícia e porque a gente vive em uma região metropolitana, com mais de 1.700 ruas, que começam em São Paulo e terminam em outra cidade”, disse Covas.

 

A declaração sugere que, pela primeira vez, para evitar falhas em decisões urgentes de contenção da pandemia, e no entanto complexas, a gestão municipal finalmente opta pelo planejamento integrado a outras esferas decisórias de governo.

 

Espera-se ainda que, para além da grande dimensão territorial envolvida, e agora reconhecida, as soluções sejam acompanhadas igualmente de medidas, já apontadas por setores da sociedade, para a mobilidade urbana sustentável - como a retomada de ciclovias e ampliação de áreas ao pedestre. Sem faltar também o apoio econômico - baseado em recursos estaduais e municipais, com rápida liberação - às pessoas que hoje querem, mas não conseguem, ficar em casa.  


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