A cidade de Nova York, epicentro do coronavírus nos EUA, fechará 64 km de ruas aos carros em maio para oferecer mais oportunidades de lazer à população e ampliar o espaço para os pedestres. Objetivo é manter uma maior distância social durante a pandemia, informou o prefeito Bill de Blasio.
Também haverá expansão das calçadas e a instalação de ciclovias temporárias, para que os nova-iorquinos possam circular enquanto durar o período de crise na saúde.
O plano de “ruas abertas” inclui, entre outras, muitas vias que ficam próximas a parques. A meta da prefeitura é chegar a 160 km de áreas livres de carros, e voltadas a pedestres e ciclistas na cidade.
A polícia e as organizações comunitárias ajudarão a identificar as ruas e aplicar a proibição do tráfego para garantir a segurança dos pedestres, afirmou Blasio na segunda-feira (27), durante uma coletiva de imprensa.
Menos carros
A decisão agradou os defensores da bicicleta e parcelas da sociedade que vinham pedindo ao prefeito que seguisse o exemplo de outras cidades americanas que já haviam proibido carros em parte das vias durante o período de pandemia.
Inicialmente, Blasio resistiu à proposta, alegando que criaria desafios para a aplicação da lei. O prefeito também alegou estar preocupado com o fato de os motoristas não obedecerem ao fechamento das ruas, o que poderia colocar pedestres e ciclistas em risco.
Mas o conflito terminou na segunda-feira (27), com o prefeito anunciando que o fechamento das ruas seria monitorado por uma parceria entre a polícia e as organizações de bairros.
“Houve um consenso muito bom de que poderíamos fazer algo substancial, priorizando a saúde e a segurança com a ajuda de parceiros comunitários confiáveis”, declarou Blasio.
O plano prevê a proibição de tráfego perto de áreas que já atraem aglomerações, como parques, e pode incluir o uso de "barricadas" para expandir temporariamente as calçadas, como a cidade fez no Rockefeller Center durante o feriado de Natal em 2019.
Outros exemplos
A decisão ocorre no momento em que cidades de todo o mundo estão experimentando modos de diminuir gradualmente as restrições aos deslocamentos sem comprometer a segurança das pessoas, nem provocar novos picos da covid-19.
Várias cidades, incluindo São Francisco e Denver, nos EUA, e Milão, Dublin, Budapeste e Berlim, na Europa, fecharam ruas para carros e ampliaram calçadas e ciclovias para oferecer mais espaço ao ar livre.
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