A fabricante BYD foi credenciada pelo BNDES para adquirir, através do Finame (Agência Especial de Financiamento Industrial), chassis de ônibus 100% elétricos e baterias de fosfato de ferro-lítio para veículos elétricos (VEs).
Com a inclusão, a multinacional chinesa passa a negociar em igualdade de condições com os ônibus a diesel, que já são enquadrados nesta linha de crédito dentro do mercado brasileiro.
“O Finame é muito importante para que empresas do setor possam financiar a juros mais baixos os ônibus 100% elétricos", afirma o diretor da divisão de ônibus da BYD do Brasil, Marcello Von Schneider.
Segundo ele, "a tecnologia limpa, sustentável e de baixo custo de manutenção tem sido muito procurada, mas o investimento esbarrava na falta de política de financiamento atraente. Acreditamos que este será um marco para a introdução do ônibus elétrico no país”, completa.
Dentro do Finame, empresas podem financiar até 80% do valor do ônibus 100% elétrico, em um prazo de até 10 anos, com dois anos de carência. Os 20% de entrada podem ser divididos em 8 parcelas trimestrais. Os equipamentos enquadrados no programa foram: bateria refrigerada para ônibus padron elétrico piso baixo D9W e chassis piso baixo 12,5m propulsão elétrica (D9W).
O executivo acredita que os veículos elétricos também poderão se tornar alternativa econômica em meio à crise que se vislumbra, ainda mais passado o pior período da pandemia pelo novo coronavírus.
Além de não poluentes, os ônibus elétricos são econômicos, destaca Von Schneider: "Seu custo operacional é 70% menor do que um ônibus a diesel convencional", afirma.
A fabricante alega que, na comparação com o diesel, o gasto com o abastecimento elétrico chega a ser equivalente 25% do que a de um veículo a diesel, e a necessidade de manutenção também é menor devido ao número mais reduzido de peças.
Fábricas no Brasil
Desde 2015, a BYD do Brasil produz chassis 100% elétricos, em uma instalação própria sediada em Campinas (SP). A unidade tem capacidade de produção de 720 chassis por ano, podendo expandir a fabricação para até 1.440 ao ano.
Em 2020, a companhia anunciou que abrirá sua terceira fábrica, em Manaus, voltada à fabricação de baterias de fosfato de ferro-lítio. Além dos ônibus e outros veículos 100% elétricos, estas baterias podem ser utilizadas também em equipamentos de armazenamento de energia.
Sete cidades do país já usam o ônibus elétrico. Em Campinas, desde 2015 rodam 14 ônibus da empresa, e na capital paulista, foram colocados 15 destes modelos em operação em novembro. Há frotas de ônibus elétricos também nos municípios de Bauru (SP), Brasília (DF), Maringá (PR), Santos (SP) e Volta Redonda (RJ).
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