Veículos voltam às ruas em SP e prefeitura estuda retomar rodízio

Dos sete milhões de veículos da capital, 86% deixaram de circular no primeiro dia da quarentena (24/3), diz a CET. Na quinta-feira (9), porém, redução foi de 59%

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Fonte: G1/ Jornal Hoje  |  Autor: Tiago Scheuer, Ana C. Moreno, Glauco Araújo  |  Postado em: 10 de abril de 2020

Av. 23 de Maio: movimento maior nesta quinta-feira

Av. 23 de Maio: movimento maior nesta 5ª feira (9)

créditos: Fábio Vieira/FotoRua/Estadão Conteúdo

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou nesta quinta-feira (9) que cerca de dois milhões de veículos voltaram a circular na capital paulista nesta véspera de feriado de Páscoa, mesmo com a quarentena.

 

Segundo a CET, dos sete milhões de veículos cadastrados na capital paulista, 86% deixaram de circular no dia 24 de março, primeiro dia da quarentena. Nesta quinta-feira, contudo, a redução passou para 59%. Ou seja, são dois milhões de veículos a mais nas ruas, contrariando as determinações do estado de São Paulo para que as pessoas fiquem em casa.

 

O aumento surpreendeu a Secretaria Municipal de Transportes, que já estuda a volta do rodízio de veículos, que foi suspenso por tempo indeterminado nos primeiros dias da quarentena.

 

“A liberação do rodízio veio em função de tirar o usuário do transporte coletivo e trazê-lo para o carro nesse período. Se for o caso, pensa-se em voltar o rodízio de alguma forma que não prejudique o transporte público”, afirma o secretário Edson Caram.

 

Transporte público

Segundo a SPtrans, 9 milhões de passageiros usam os ônibus da capital por dia, normalmente. São 12.800 ônibus. No começo da quarentena, houve redução de 77% de passageiros. E 40% da frota foram reduzidos naquela época - o que representa 5.098 ônibus circulando.

 

Nesta quinta-feira, já havia 53% dos ônibus circulando (6.794 ônibus). Isso representa 810 mil passageiros a mais, comparando com o primeiro dia de quarentena.

 

Menor congestionamento desde os anos 1980

O registro de 15 dias sem congestionamento nunca aconteceu em São Paulo desde a década de 1980, quando as medições de fluxo de carros pela cidade começaram a ser feitas pela CET. Às 18 horas desta quarta-feira (8) havia 2 km de lentidão; às 18h30, subiu para 2,4 km.

 

De acordo com a companhia, as medições sofreram mudanças de metodologia no decorrer dos anos até que entre os anos de 1986 e 1987 os registros passaram a ser feitos não apenas em mapas menores da cidade e passaram a computar o congestionamento em mais vias.

 

Alertas de trânsito

O número de alertas de congestionamento nas ruas da cidade de São Paulo ao longo desta semana já é o maior desde o início da quarentena, mas ainda passam longe dos níveis que a capital paulista registrava antes do surto do novo coronavírus.

 

Dados do Waze analisados pela TV Globo mostram que, entre segunda e quarta-feira (6 e 8 de abril), a cidade registrou em média 1.700 alertas de congestionamento, um índice 57% mais alto que na semana anterior.

 

No entanto, na comparação com a primeira semana de março, quando São Paulo ainda não tinha registrado a transmissão comunitária do vírus e não havia medidas de restrição de circulação, a média atual é 96% menor.

 

A transmissão comunitária na cidade começou em 12 de março. No dia 13, uma sexta-feira, o governo anunciou a suspensão gradual das aulas na rede estadual. Na semana entre 16 e 20 de março, a população foi incentivada a praticar o “distanciamento social voluntário”. A quarentena oficial começou em 24 de março, com duração de duas semanas, mas foi prorrogada nesta segunda-feira (6) até o dia 22.

 

Dados do Waze mostram avanço do fluxo de veículos em SP durante a quarentena na capital paulista. Foto: Divulgação

 

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