Semob/MDR conclui estudos sobre VLT de Cuiabá

Trabalho contém recomendações que serão entregues ao governador de Mato Grosso, Mário Mendes. Detalhes não foram divulgados

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Fonte: Revista Ferroviária/MDR  |  Autor: Marcos de Sousa/Mobilize Brasil  |  Postado em: 12 de março de 2020

Composições do VLT no pátio de Várzea Grande

Composições do VLT paradas no pátio de Várzea Grande:

créditos: Secom/Governo de MT

Um estudo sobre a viabilidade do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), na Grande Cuiabá, foi concluído na terça-feira (10) pelo Grupo de Trabalho criado em julho de 2019 pela Secretaria Nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos (Semob). 

Cinco relatórios compõem o estudo, com diferentes cenários e avaliações sobre mobilidade na região metropolitana da capital. Os relatórios produzidos devem ser entregues ao governador Mauro Mendes (DEM), em Brasília, juntamente com a apresentação de dados. A Semob aguarda o governador marcar a data para receber os estudos.

Consultado sobre os resultados do trabalho, o Ministério do Desenvolvimento Regional, ao qual pertence a Semob, respondeu por meio de sua assessoria de imprensa que "cabe ao Governo do Estado do Mato Grosso a prerrogativa de tornar públicos os relatórios técnicos e os estudos complementares". O Mobilize Brasil encaminhou a solicitação ao governo de MT e aguarda resposta.

A obra
O sistema de 22 km, ligando Cuiabá à vizinha cidade de Várzea Grande, deveria ter ficado pronto em março de 2014, como parte das obras para a Copa do Mundo, mas os trabalhos foram interrompidos por uma série de questionamentos judiciais, e segue inacabado. Até agora apenas 6 km foram concluídos e a faixa por onde passariam as composições está abandonada. Os veículos - fabricados pela espanhola CAF - continuam parados no pátio-garagem de Várzea Grande.


Faixa do VLT na Avenida da FEB, em Várzea Grande Foto: Reprodução G1


O projeto de mobilidade da região metropolitana de Cuiabá nasceu como uma das obras para a Copa do Mundo de 2014. Originalmente o projeto previa a construção de um sistema de corredores de ônibus, mas uma ampla campanha desenvolvida por lideranças de comerciantes e políticos da capital levou à opção pelo sistema sobre trilhos, pelo menor impacto ammbiental que traria para a cidade, incluindo um número menor de desapropriações.


Projetos insuficientes
Urbanistas e engenheiros que acompanharam o processo concordam que ambas as opções estavam apoiadas mais em polarizações políticas do que em dados objetivos. Os traçados avançaram sem análises profundas sobre a demanda de transporte, os impactos urbanos que as obras provocariam, a expansão urbana induzida, nem as políticas tarifárias que poderiam ser aplicadas, considerando a realidade social e econômica de Cuiabá. 

Na verdade, o VLT da capital matogrossense é apenas o caso mais exuberante de erro político e técnico. "A maior parte das obras de 2014 que estão paradas e incompletas, incluindo BRTs, VLTs e monotrilhos, foram iniciadas apenas com traçados, sem os projetos executivos que  considerassem todos os problemas técnicos, sociais e econômicos, incluindo de manutenção dessas futuras obras", concluiu um especialista entrevistado pelo Mobilize.

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