Os usuários do metrô de Belo Horizonte e região metropolitana amanheceram desembolsando R$ 0,25 a mais na tarifa do transporte nesta segunda-feira (9). A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) subiu, no domingo (8), o preço da passagem de R$ 4 para R$ 4,25. Esse é o sexto aumento da tarifa em menos de um ano. Em janeiro do ano passado o usuário do metrô desembolsava R$ 1,80 na passagem.
Esse seria o último aumento da tarifa previsto no cronograma divulgado pela CBTU. O primeiro reajuste foi em maio de 2019, quando a passagem passou a custar R$ 2,40. Os aumentos foram escalonados desde então em cerca de R$ 0,50 a cada dois meses.
O esquema de aumento da passagem do metrô "em parcelas" foi definido após uma audiência de conciliação, e a justificativa da CBTU para o reajuste é que "há cerca de 13 anos não há alteração nas tarifas em BH, 15 anos em Natal, Maceió e João Pessoa e 7 anos em Recife, atingindo avançada defasagem ante ao custo de manutenção do sistema", justifica a companhia. Nestas outras capitais, também foi aplicado o reajuste escalonado.
Confira os reajustes realizados:
Janeiro de 2019: R$ 1,80
Maio de 2019: R$ 2,40
Julho de 2019: R$ 2,90
Setembro de 2019: R$ 3,40
Novembro de 2019: R$ 3,70
Janeiro de 2020: R$ 4,00
Março de 2020: R$ 4,25
Revolta
Na Estação Eldorado, em Contagem, na região metropolitana, usuários se revoltaram com valor da tarifa. A diarista Fátima Maria Lauder vai desembolsar R$ 18,30 todos os dias para ir e voltar, calculando a passagem do ônibus complementar. “O que eu fico me perguntando é para onde esse dinheiro está indo? Nós não temos segurança, somos assaltados aqui dentro, não tem banheiro, os vagões superlotados."
E as melhorias?
Questionada pela reportagem sobre as possíveis melhorias que possam ter sido feitas no último ano e sobre a possibilidade de novos reajustes, a companhia não havia respondido até o fechamento da matéria.
Já sobre o aumento, a direção da CBTU divulgou nota em que justifica que a decisão do reajuste partiu da 15ª Vara da Justiça Federal em Minas, que considerou que a recomposição da tarifa é essencial para subsidiar o equilíbrio financeiro entre o custo operacional dos sistemas e o preço pago pelo usuário do metrô.
“A Companhia é uma estatal federal dependente e, como tal, não apresenta nenhum lucro. O reequilíbrio tarifário começou a ser aplicado, em maio de 2019, depois de 13 anos sem reajustes nas tarifas em Belo Horizonte, 15 anos em Natal, Maceió e João Pessoa e sete anos em Recife, o que resultou em elevada defasagem no custo de manutenção dos sistemas”, afirma a nota.
Aumento em cascata
O novo preço do metrô também puxou o valor da integração dos ônibus metropolitanos. Agora, os passageiros que pegam os coletivos e o trem logo na sequência - ou vice-versa - também terão que desembolsar mais R$ 0,25 pelo transporte. A diferença do reajuste será totalmente repassada à CBTU e as empresas de ônibus continuarão recebendo os mesmos valores, informou a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra).
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