Apesar das férias, o mês passado teve o maior movimento de passageiros no Metrô de São Paulo para janeiro. Foram 4,464 milhões de usuários por dia em média, número 4,4% superior ao mesmo período de 2019. Os dados foram divulgados pelo Metrô e pelas concessionárias ViaQuatro e ViaMobilidade.
Mesmo assim, chama a atenção mais um “encolhimento” na demanda das linhas 1-Azul (norte-sul) e 3-Vermelha (leste-oeste), as mais movimentadas do sistema. Embora seja a recordista em passageiros transportados, a Linha 1-Azul teve uma queda de 3,5%, se comparado a janeiro de 2019. Foram 1,214 milhão de passageiros, contra 1,258 milhão no ano passado. A Linha 3-Vermelha teve uma redução um pouco menor, transportando 1,213 milhão ante 1,23 milhão em 2019 (queda de 1,4%).
Em alta
Como não poderia ser diferente, as três linhas mais novas da capital continuaram a ampliar seu público. A Linha 4-Amarela (Luz-São Paulo Morumbi) atingiu a média diária de 702 mil passageiros, alta de 8,8%, enquanto a Linha 5-Lilás (Capão Redondo-Chácara Klabin) saltou de 456 mil para 535 mil usuários/dia, alta de 17,3%. O número só não é maior porque o ramal está no limite por falta de trens.
Novamente, a Linha 15-Prata (Vila Prudente-São Mateus) apresentou os percentuais mais elevados. O ramal de monotrilho transportou em média 98 mil passageiros por dia, um número bem distante do esperado por conta de falhas que afetaram seu funcionamento no mês passado. Ainda assim, a linha ampliou seu movimento em 165% se comparado a janeiro de 2019, primeiro mês em que operou em horário pleno até Vila União.
Surpreende também o crescimento na demanda da Linha 2-Verde (Vila Prudente-Vila Madalena), a linha que passa sob a Avenida Paulista e opera há 29 anos. Assim como a Linha 4, ela também transportou 702 mil usuários em dias úteis, uma elevação de 8,3% influenciada pelo fato de o ramal passar a ser fundamental para o deslocamento de passageiros oriundos sobretudo das linhas 5-Lilás e 15-Prata que a utilizam para chegar em regiões mais centrais.
Trata-se de um difícil teste para a Linha Verde, que ainda não teve implantado o sistema de controle de trens CBTC (tecnologia para gerenciamento do tráfego com base em comunicações bidirecionais entre o equipamento do trem e o equipamento na via). A Alstom, responsável pela tecnologia, já havia tentado entregar a versão final do software, porém, ele segue em aprimoramento, segundo relatório do Metrô.
Crescimento nas férias
Com o fim das férias, o sistema sobre trilhos de São Paulo deve bater novos recordes. No ano passado, as seis linhas bateram a marca de 5 milhões de passageiros diários em vários meses, atingindo 5,3 milhões em novembro, a mais elevada marca considerando as somas de cada ramal. A Linha 15-Prata, por exemplo, deve ampliar sua demanda de forma significativa, já que são esperados mais de 300 mil usuários por dia com a atual infraestrutura. Já a ViaMobilidade poderá contar com um reforço de frota em breve, o que possibilitará reduzir o intervalo entre eles e com isso ampliar a oferta. As linhas Amarela e Verde também têm algum espaço para crescer por enquanto.
A grande dúvida de 2020 cabe mesmo às duas linhas mais antigas que estão passando por um processo de modernização. Essas intervenções, que incluem a instalação do sistema CBTC e de portas de plataforma, podem prejudicar o funcionamento de ambas em alguns períodos. Além disso, elas já estão no limite de operação e tendem a estabilizar ou mesmo reduzir sua capacidade à medida que a rede cresça, como ocorreu nos últimos anos.
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