Com o caminhão de som vetado pela Polícia Militar, o improviso e a colaboração dos foliões foram essenciais para que acontecesse o cortejo do bloco mineiro Pena de Pavão de Krishna. O tradicional café da manhã compartilhado recebeu os foliões na praça Guimarães Rosa, no bairro Cidade Nova, em Belo Horizonte. A concentração começou às 8h deste domingo (23) com abraços fraternais e pinturas faciais ao som do mantra Hare Krishna.
Assim como no primeiro desfile, em 2013, o bloco foi puxado por um triciclo a pedal. “A gente teve um problema com a questão dos carros (de som), que não puderam sair. Resolvemos voltar às origens e colocar a bicicleta de novo. Está lindo e o pessoal está curtindo”, disse Andreza Coutinho, uma das organizadoras do Pena de Pavão de Krishna. A "Tuctuc elétrica", que levou o gerador para garantir o som, passou por vistoria do Corpo de Bombeiros e foi liberada em seguida. O veículo, muito comum na Índia, é uma alternativa que não precisa do CRLV, documento exigido pelo Detran-MG
O designer Eriko Vieira foi o colaborador responsável por pedalar o veículo, que transportava o gerador e as caixas de som. “Eu sou a força propulsora do Carnaval. Boa sorte para mim”, brincou.
O bloco levou uma simbiose cultural ao público com uma sonoridade que mistura raízes indianas com o ritmo afro do ijexá. Neste ano, com os alarmantes índices de queimadas na Amazônia, o bloco inseriu ao seu repertório ritmos do Norte do país, como o Carimbó.
“A gente sempre preza pela natureza, sempre foca no meio-ambiente, na importância das águas. Aqui (no Cidade Nova) tem um parque bonito, uma praça bonita e tem mais retas”, explicou Andreza.
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