Ativistas do Movimento Lafaiete da Gente realizaram uma avaliação da acessibilidade e caminhabilidade nas calçadas da cidade mineira, elaboraram um relatório sobre os problemas encontrados e notificaram o prefeito local Mário Marcus Leão Dutra pedindo providências imediatas em relação às falhas.
Em janeiro, eles saíram a campo na área central de Conselheiro Lafaiete e encontraram calçadas em péssimo estado de conservação, sem acessibilidade ou padronização. O ofício enviado à Prefeitura tem prazo de 15 dias para resposta.
“Hoje é preciso fazer malabarismo para caminhar em Conselheiro Lafaiete. Infelizmente, o que encontramos são calçadas em péssimo estado de conservação, sem acessibilidade para pessoas com deficiência e sem padronização. Hoje as principais cidades do Brasil, estão trabalhando para se enquadrar nas diversas normas e legislações que garantem o direito e ir e vir dos pedestres, principalmente, criando normas de padronização das calçadas. Mas, aqui em Lafaiete os caminhos estão repletos de buracos, postes e placas mal posicionados, inclinação fora do permitido e sem falar na falta de rampas. A Lei Brasileira de Inclusão trata do direito de todas as pessoas de ir e vir, independentemente dela ter algum tipo de deficiência ou não", argumenta Talysson Zebral, coordenador do Movimento Lafaiete da Gente.
O ativista, que participou da Campanha Calçadas do Brasil 2019 em Belo Horizonte, lembra que a legislação é bem vasta e clara, e deveria ser seguida por todos os governantes: "Mobilidade urbana não se limita apenas a veículos. Os pedestres representam quase metade dos deslocamentos diários nas cidades e, portanto, são a parte mais significativa da mobilidade E, além disso, o acesso a cidade é um direito de todos. A população também precisa participar e exigir seus direitos. Um péssimo exemplo é a calçada do lado da prefeitura: ali um deficiente ou cadeirante fica impedido de circular.”
O Movimento Lafaiete da Gente protocolou ofício (leia o documento) na Prefeitura Municipal, pedindo manifestação do prefeito em um prazo de 15 dias com um relatório sobre as ações que serão tomadas para resolução dos problemas, como a fiscalização e cronograma de ações e obras, principalmente nas áreas internas de acesso às repartições públicas.
O ofício foi encaminhado com cópia ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), Câmara Municipal de Vereadores, Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) e Conselho Regional de Engenharia (CREA-MG).
Organização da sociedade
O Movimento Lafaiete da Gente é um coletivo formado por lafaietenses que buscam debater os desafios e construir uma nova Conselheiro Lafaiete por meio do diálogo e da participação cidadã. É uma organização civil, de caráter educacional, cultural, assistencial, de saúde, de estudo e pesquisa, desportivo, de mobilização da sociedade civil, não-governamental, aberta, democrática, suprapartidária, independente e sem fins lucrativos.
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