Cristiano Scarpelli é funcionário público, associado da Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte (BH em Ciclo) e ativista de movimentos em favor da mobilidade. Ele vem realizando estudos e estatísticas que têm ajudado a compreender quais fatores interferem na hora de optar ou não pela bicicleta para os deslocamentos na capital mineira.
"Anteriormente eu tinha realizado um estudo aprofundado sobre as diversas variáveis que influenciam no fluxo de ciclistas na capital mineira. Agora, empreendi um novo estudo que compara os dados obtidos no estudo anterior com aqueles resultantes da contagem anual de ciclistas realizada pela BH em Ciclo no período 2018/2019", conta Scarpelli.
Realizado em nove pontos da cidade, o estudo verificou, por exemplo, que há mais ciclistas nas ruas em dias ensolarados, com temperaturas não muito altas, mas também não muito baixas, e dias com alguma umidade, mas sem chuva. E concluiu que o calor atípico de 2019 acabou afugentando os ciclistas em algumas áreas de Belo Horizonte. É o que se viu na última contagem da associação, quando se observou uma queda de 11,39% no número de ciclistas na cidade, em relação a igual período de 2018.
Confira os dois estudos:
Ciclo Dados# 2 - Variáveis climáticas x fluxo de ciclistas em BH
Ciclo Dados# 3 - Comparação entre contagem de ciclistas e modelo preditivo
Em relação ao cruzamento de dados no segundo estudo, ele comenta: "Impressionante a semelhança dos resultados reais [da contagem] com o previsto na outra abordagem [variações climáticas]. Isso significa que o modelo que desenvolvi pode ser aplicável em contagens efetuadas manualmente, como forma de compensar variações climáticas ou outros efeitos identificáveis", conclui o ativista.
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