Quem são e como se comportam no trânsito os motociclistas de SP

Dirigir sem a CNH e acima da velocidade, desrespeitar leis de trânsito, ter muito medo de atropelar pedestres. Dados alarmantes são de uma pesquisa divulgada esta semana

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Fonte: Fundación Mapfre (Ass. imprensa)  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 21 de novembro de 2019

Pesquisa reuniu dados de 1.210 motociclistas em SP

Pesquisa reuniu dados de 1.210 motociclistas em SP

créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dados preocupantes sobre o comportamento, os índices de mortalidade e as condições enfrentadas pelos condutores de motocicleta no trânsito da capital paulista foram divulgados nesta quinta-feira (21) por uma pesquisa realizada pela Fundación Mapfre (http://www.fundacionmapfre.com.br/), organização social que atua em 33 países. 

 

O estudo “Motociclistas na Cidade de São Paulo” traz por exemplo a informação de que dois em cada três motociclistas afirmam ter pilotado moto por algum tempo mesmo sem ter habilitação. Além disso, a maioria também admitiu não respeitar sempre o Código de Trânsito Brasileiro e circular pelos corredores (espaços entre as faixas de rolamento). 

 

Os dados foram obtidos a partir de pesquisa quantitativa com 1.210 motociclistas e mais 40 entrevistas em profundidade. Além disso, foram entrevistados 10 técnicos de trânsito, e realizadas visitas técnicas a órgãos de trânsito que, de alguma maneira, se relacionam com o motociclismo.

 

Pressionados

A maior parte dos entrevistados utiliza a moto como ferramenta de trabalho e justifica comportamentos muitas vezes imprudentes, como exceder a velocidade, pela pressão pela pontualidade das atividades profissionais.

 

Entre os dados apresentados, também chama atenção a preocupação dos motociclistas com a possibilidade de causar lesões a terceiros, superior a ter colisões ou queda da moto. Isso porque 45% declarou ter como maior medo atropelar um pedestre nas ruas, enquanto 28% afirmou temer colidir com veículos maiores – como ônibus e caminhões.

 

 

 

 

“Para propor soluções efetivas para a redução das mortes causadas por acidentes de trânsito, é essencial entender o comportamento de todos os agentes e suas motivações. Nossa pesquisa, oferece um ponto de partida para o desenvolvimento de ações educativas e apoio a políticas públicas”, afirma a diretora da Fundación Mapfre no Brasil, Fátima Lima.

 

As características das ocorrências também foram avaliadas. Segundo a pesquisa, 65% dos acidentes acontecem durante o dia, 57% em pontos pouco movimentados e 56% com a pista seca.  

 

 

 Acidentes e mortes

Praticamente todos os entrevistados afirmaram ter se envolvido em acidentes, 80% deles disseram conhecer alguém que morreu no trânsito e 84% possui colega com sequelas depois de uma ocorrência com moto.

 

No Brasil morrem, todos os anos, cerca de 40 mil pessoas em acidentes de trânsito – desse total 33,4% são motociclistas, de acordo com o Datasus, sendo homens (89,1%%), pardos (59,8%), com idades até 35 anos (33%) e solteiros (60,32 %).

 

Além das perdas humanas, os socorros, internações e tratamentos dessas vítimas constituem em gastos estimados em mais de R$ 70 bilhões ao sistema de saúde, de acordo com o Instituto Brasileiro de Segurança de Trânsito (IST). Nesse contexto, as mortes em ocorrências envolvendo motocicletas superaram 120 mil, de 2007 a 2017. 

 

“Parte do aumento de mortes pode ser explicado pelo crescimento da frota de motocicletas e motonetas, que no ano passado atingiram 27 milhões de unidades nas ruas e já representam 27% da frota total no país. Por outro lado, é preciso rever o processo de formação de condutores, além de promover ações governamentais efetivas nas áreas de educação, segurança pública e infraestrutura das vias”, analisa o diretor de Educação para o Trânsito e Fiscalização do Detran-SP, Fernando Duran Poch.

 

Acesse o estudo “Motociclistas na Cidade de São Paulo” no link:  https://www.fundacionmapfre.com.br/fundacion/br_pt/images/Relatorio-Motociclistas_SP-21x28_tcm1071-579433.pdf 

 

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